Gêneros textuais argumentativos

Muitos são os gêneros textuais considerados argumentativos, característica essa demarcada, sobretudo, pela finalidade discursiva a que se propõem.

Os gêneros textuais de cunho argumentativo se manifestam por meio da modalidade oral, mas também se fazem presentes por meio da escrita

Expor sua opinião no intuito de fazer com que o “outro” atribua confiabilidade naquilo que está proferindo é simples, corriqueiro, haja vista que se trata de um procedimento louvável e recorrente. Assim, atendo-nos a tal recorrência, não há como descartar a possibilidade de que a ênfase ora se aponta para as diversas situações comunicativas de que fazemos parte, que uma vez materializadas, traduzem-se nos chamados gêneros textuais.

Se se trata dessas circunstâncias, relembrá-las nos faz pensar em algumas que, para início de conversa, fazem-se presentes por meio da oralidade, como é o caso do debate, cuja característica principal resulta no confronto de opiniões acerca de um determinado assunto. Passando adiante, voltemos nossa atenção para aqueles que se tornam palpáveis no âmbito da escrita, como é o caso do editorial, artigo de opinião, carta argumentativa, carta de solicitação e de reclamação, enfim, muitas são as situações em que o emissor tem de assim se posicionar e deixar claro que as ideias prevalecem quando o assunto diz respeito à defesa de opiniões acerca de um determinado assunto.

Como você já deve ter percebido, caro(a) usuário(a), trata-se de situações de interação comunicativa frequentes e que se tornam passíveis de um olhar mais atento, levando em conta os muitos traços que as demarcam, sobretudo aqueles de natureza linguística. Nesse sentido, temos o privilégio de proporcionar a você este espaço, um espaço no qual poderá compartilhar as informações de que precisa para que também, no momento de se tornar um(a) emissor(a) de tais gêneros, considerados argumentativos, tenha condições de colocar em prática todas as habilidades que se fazem requisitadas, razão pela qual convidamo-lo(a) a participar conosco dessa verdadeira empreitada! Não perca, portanto, justamente para não correr o risco de perder essa grande chance, imperdível por sinal!


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Gêneros textuais argumentativos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/generos-textuais-argumentativos.htm. Acesso em 12 de abril de 2025.

Vídeoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

(Enem)

DIGA NÃO AO NÃO

Quem disse que alguma coisa é impossível?
Olhe ao redor. O mundo está cheio de coisas que,
segundo os pessimistas, nunca teriam acontecido.
“Impossível”.
“Impraticável”.
“Não”.
E ainda assim, sim.
Sim, Santos Dumont foi o primeiro homem a decolar a bordo de um
avião, impulsionado por um motor aeronáutico.
Sim, Visconde de Mauá, um dos maiores empreendedores do Brasil,
inaugurou a primeira rodovia pavimentada do país.
Sim, uma empresa brasileira também inovou no país.
Abasteceu o primeiro voo comercial brasileiro.
Foi a primeira empresa privada a produzir petróleo na Bacia de Campos.
Desenvolveu um óleo combustível mais limpo, o OC Plus.
O que é necessário para transformar o não em sim?
Curiosidade. Mente aberta. Vontade de arriscar.
E quando o problema parece insolúvel, quando o desafio é muito
duro, dizer: vamos lá.
Soluções de energia para um mundo real.

(Jornal da ABI. Número 336, dez. De 2008 – adaptado)

O texto publicitário apresenta a oposição entre “impossível”, “impraticável”, “não” e “sim, “sim”, “sim”. Essa oposição, usada como um recurso argumentativo, tem a função de:

a) minimizar a importância da invenção do avião por Santos Dumont.

b) mencionar os feitos de grandes empreendedores da história do Brasil.

c) ressaltar a importância do pessimismo para promover transformações.

d) associar os empreendimentos da empresa petrolífera a feitos históricos.

e) ironizar os empreendimentos rodoviários de Visconde de Mauá no Brasil.

Exercício 2

(Enem)

COM NICIGA, PARAR DE FUMAR FICA MUITO MAIS FÁCIL.

1. Fumar aumenta o número de receptores do seu cérebro que se ativam
com nicotina.
2. Se você interrompe o fornecimento de uma vez, eles enlouquecem e
você sente os desagradáveis sintomas da falta do cigarro.
3. Com seus adesivos transdérmicos, Niciga libera nicotina
terapêutica de forma controlada no seu organismo, facilitando o
processo de parar de fumar e ajudando a sua força de vontade. Com
Niciga, você tem o dobro de chances de parar de fumar.

Para convencer o leitor, o anúncio emprega como recurso expressivo, principalmente,

a) as rimas entre Niciga e nicotina.

b) o uso de metáforas como “força de vontade”.

c) a repetição enfática de termos semelhantes como “fácil” e “facilidade”.

d) a utilização dos pronomes de segunda pessoa, que fazem um apelo direto ao leitor.

e) a informação sobre as consequências do consumo do cigarro para amedrontar o leitor.

Exercício 3

Principal investigação sobre “black blocs” termina sem acusar ninguém.
Folha de São Paulo – 25/01/2016

Dois anos e cerca de 300 testemunhos depois, a principal investigação sobre a tática de destruição dos “black blocs” durante as manifestações de 2013 e 2014 em São Paulo foi concluída sem um único indiciamento.

A cargo da Polícia Civil, o chamado “inquérito-mãe” sobre o tema não teve êxito, segundo policiais e promotores entrevistados, porque não conseguiu individualizar as condutas criminosas.
Os investigados foram arrolados pela suspeita de organização criminosa, que se configura pela associação de três ou mais pessoas para a prática de crimes. Ainda assim, faltaram elementos para responsabilizá-los e uma argumentação jurídica sólida.

A notícia, do ponto de vista de seus elementos constitutivos,

a) apresenta argumentos contra o movimento “black bloc”.

b) informa sobre uma ação e o resultado dessa ação.

c) dirige-se aos órgãos governamentais dos estados envolvidos na referida operação.

d) introduz um fato com a finalidade de incentivar movimentos sociais.

Exercício 4

Fomos treinados para o preconceito. Libertar-se disso pode ser assustador – Leonardo Sakamoto – 16/01/2016

Deve ser assustador para uma pessoa que cresceu no seio da tradicional família brasileira, foi educada em escolas com métodos e conteúdos convencionais e espiritualizada em igrejas e templos conservadores, conviveu em espaços de socialização que não questionam o passado apenas o reafirmam e, é claro, assistiu a muita, muita TV, de repente, ser bombardeada com novas “regras'' e “normas'' de vivência, diferentes daquelas com as quais está acostumada.

Ouvi um desabafo sincero do pai de uma amiga que não entendia como as coisas estavam mudando assim tão rápido. Ele reclamava que tirar uma da cara do “amigo que era mais gordinho'' era só “coisa de criança'' e não bullying passível de punição. “A sociedade está ficando muito chata'', disse desconsolado.

Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o artigo de opinião, seu objetivo básico é:

a) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao preconceito.

b) influenciar o comportamento do leitor por meio de apelos.

c) defender a importância do conhecimento das várias condutas morais na sociedade.

d) apresentar as diversas opiniões sobre as diferenças sociais.

e) ironizar determinada prática social em relação às diferenças.