A língua portuguesa é permeada por peculiaridades, não é mesmo? Ela é tão interessante que, apesar de parecer sisuda, permite certas transgressões à sua norma. Eis então a pergunta para quem quer aprender mais sobre as especificidades da linguagem literária: você sabe o que são figuras de sintaxe?
As figuras de sintaxe, também conhecidas como figuras de construção, subvertem aspectos lógicos da língua portuguesa. Desvios ortográficos, semânticos e sintáticos são algumas das ocorrências mais frequentes. Entretanto, engana-se quem acredita que essa subversão seja um descuido com a língua e com a norma culta. Na verdade, as figuras de sintaxe são empregadas de maneira proposital, normalmente encontradas em textos do gênero literário, nos quais o estilo pode falar mais alto do que as convenções gramaticais.
Ao lado das figuras de sintaxe, estão outros recursos estilísticos, como as figuras de linguagem, figuras de pensamento e figuras de som. Para facilitar o entendimento, observe a tabela com as principais figuras de sintaxe:
Exemplos de figuras de sintaxe Elipse: Omissão de um termo anteriormente enunciado ou sugerido na oração ou no contexto. Zeugma: Tipo de elipse que omite um termo anteriormente expresso. Assíndeto: Figura de construção caracterizada pela omissão das conjunções coordenativas. Polissíndeto: Caracteriza-se pela repetição enfática dos conectivos. Pleonasmo: Repetição de ideias com o objetivo de enfatizá-las. Difere-se do pleonasmo vicioso, considerado um vício de linguagem. Silepse: Também conhecida como concordância ideológica. Pode referir-se ao gênero, número e pessoa. Hipérbato: Caracteriza-se pela troca da ordem direta dos termos da oração. Anáfora: Caracteriza-se pela repetição de uma mesma palavra ou expressão no início de frases ou em versos consecutivos. |
Por Luana Castro
Graduada em Letras