Martins Pena

Martins Pena foi um famoso dramaturgo brasileiro cujas peças teatrais apresentam humor, ironia e crítica de costumes. Sua obra mais conhecida é a comédia O noviço.

O dramaturgo Martins Pena é o principal autor do teatro romântico no Brasil.

Martins Pena foi um escritor brasileiro. Ele nasceu em 5 de novembro de 1815, no Rio de Janeiro. Órfão de pai e mãe aos dez anos de idade, passou a ser preparado pela família materna para trabalhar na área do comércio. Mas, ao atingir a maioridade, abandonou os planos da família para se tornar funcionário público e dramaturgo.

O escritor, que faleceu em 7 de dezembro de 1848, em Lisboa, é o principal autor do teatro romântico no Brasil. Apesar de ter escrito alguns melodramas no início de sua carreira literária, foram suas comédias de costumes que o colocaram na história da Literatura brasileira. Uma de suas comédias mais famosas é a peça teatral O noviço.

Leia também: Nelson Rodrigues — um autor brasileiro conhecido principalmente por suas polêmicas peças teatrais

Resumo sobre Martins Pena

  • O autor brasileiro Martins Pena nasceu em 1815 e faleceu em 1848.

  • Além de escritor, também foi funcionário público e crítico teatral.

  • O autor é o principal representante do teatro romântico brasileiro.

  • Seus textos são marcados pelo humor e pela crítica de costumes.

  • Sua peça teatral mais famosa é a comédia de costumes O noviço.

Biografia de Martins Pena

Martins Pena (Luís Carlos Martins Pena) nasceu em 5 de novembro de 1815, no Rio de Janeiro. Seu pai, um desembargador, era mineiro, e sua mãe, fluminense. Porém, com apenas um ano de idade, ficou órfão de pai. Já a mãe faleceu quando o dramaturgo contava com dez anos.

A família de sua mãe, então, ficou responsável pela criação do menino. Ele passou a ter uma formação na área do comércio, já que esse era o campo de atuação dos parentes da mãe. Mais tarde, em 1834, ele se mudou para a casa da irmã, de nome Carolina. O marido dela era funcionário da alfândega e futuro deputado. E, com 20 anos de idade, o escritor desistiu do comércio.

Em 1835, o autor estudava na Academia de Belas Artes e fazia outros estudos individuais, como inglês, francês e italiano. Três anos depois, assumiu o cargo de amanuense. Já em 1843, recebeu transferência para a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros. Em seguida, em 1847, se tornou adido da delegação brasileira em Londres.

Paralelamente ao seu trabalho como funcionário público, Martins Pena escrevia suas peças. Também trabalhou como crítico de teatro para jornais do Rio de Janeiro. No início de sua carreira como escritor, escreveu melodramas. Mas se encontrou mesmo nas comédias, tendo 15 delas encenadas ainda em vida.

Porém, depois de contrair tuberculose, o escritor faleceu em 7 de dezembro de 1848, na cidade portuguesa de Lisboa. Ao que se sabe, deixou uma única filha, chamada Julieta Pena de Araújo Guimarães. E entrou para a história da Literatura brasileira como o pai da comédia de costumes.

Características da obra de Martins Pena

Martins Pena é o principal nome do teatro romântico brasileiro. Suas peças de teatro permitiram que a estética romântica chegasse também às pessoas que não sabiam ler. Na primeira metade do século XIX, o teatro carioca era bastante frequentado, e as peças do autor faziam muito sucesso.

O dramaturgo escreveu, em maioria, peças cômicas, que logo caíam no gosto do público, principalmente do feminino. Ficou conhecido, portanto, por fazer comédia de costumes. Elas apresentam elementos nacionais, porém com um olhar crítico e irônico. Martins Pena optou por temas leves, mas com crítica moral.

As obras do autor também fazem análise sociopolítica, incluindo aí crítica à Igreja. Além disso, ele busca mostrar as disparidades entre o meio urbano e o rural. Desse modo, apresenta caricaturas de personagens tipicamente brasileiros, dos mais humildes até os mais poderosos.

Veja também: Machado de Assis — o autor brasileiro conhecido principalmente por suas obras realistas

Principais obras de Martins Pena

  • D. João de Lira ou O repto (1838)

  • Itaminda ou O guerreiro de Tupã (1839)

  • D. Leonor Teles (1839)

  • Fernando ou O cinto acusador (1839)

  • Vitiza ou O nero de Espanha (1841)

  • O juiz de paz na roça (1842)

  • A família e a festa da roça (1842)

  • O namorador ou A noite de São João (1844)

  • Os três médicos (1844)

  • Os ciúmes de um pedestre ou O terrível capitão do mato (1845)

  • O cigano (1845)

  • Os meirinhos (1845)

  • As casadas solteiras (1845)

  • As desgraças de uma criança (1845)

  • O judas em sábado de aleluia (1846)

  • A barriga do meu tio (1846)

  • O diletante (1846)

  • Um segredo de estado (1846)

  • Os irmãos das almas (1846)

  • O usurário (1846)

  • O caixeiro da taverna (1847)

  • Quem casa, quer casa (1847)

  • O noviço (1853)

  • Os dois ou O inglês maquinista (1871)

Análise da obra O noviço, de Martins Pena

Capa do livro O noviço, de Martins Pena, publicado pela editora Ateliê Editorial. [1]

O noviço é a peça teatral mais famosa de Martins Pena. Ela mostra a vida de uma família burguesa da primeira metade do século XIX. Como típica obra romântica, apresenta uma dificuldade amorosa e um vilão. Ambrósio dá o golpe do baú na rica viúva Florência. Mas, para usufruir de seu dinheiro, precisa afastar os filhos e o sobrinho da esposa.

O herói da história é Carlos, que está há seis meses em um convento. O noviço, por não ter vocação para a vida religiosa e por estar apaixonado pela prima Emília, foge do convento e se esconde na casa da tia. Desse modo, a peça critica a Igreja, a burguesia e a idealização romântica.

Ambrósio é um típico vilão: desonesto, sedutor, malandro e sem ética. Ambicioso, ele tenta convencer a esposa a enviar a filha Emília para um convento e também a fazer do caçula Juca um frade. Florência, apesar de mulher experiente, está apaixonada por Ambrósio. Portanto, cega de amor, cede às suas vontades.

Em uma sequência de situações cômicas, Carlos tem a função de desmascarar o vilão, que, inclusive, é bígamo. Ambrósio também é casado com Rosa, que vai ao Rio de Janeiro em busca do marido. Assim, no final da história, Ambrósio tem uma punição exemplar. Já Carlos e Emília têm um final feliz.

Crédito de imagem

[1] Ateliê Editorial (reprodução)

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Martins Pena"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/martins-pena.htm. Acesso em 28 de abril de 2024.

De estudante para estudante