Características do Romantismo

As características do Romantismo são aspectos associados aos valores burgueses e aos ideais de liberdade que prevaleceram na Europa do século XIX.

Primeira impressão do romance Os sofrimentos do jovem Werther, do alemão Goethe, considerado a primeira obra romântica publicada. [1]

Crédito da Imagem: https://commons.wikimedia.org

As características do Romantismo são aspectos associados aos valores burgueses e aos ideais de liberdade que prevaleceram na Europa do século XIX. Assim, a literatura romântica apresenta idealização, temática amorosa e caráter nacionalista. Em Portugal, conta com autores como Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco.

No Brasil, os principais autores da poesia romântica são Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves. A prosa romântica brasileira tem José de Alencar como seu principal representante. Nas artes, a pintura romântica apresenta emotividade e cores fortes, enquanto a música valoriza a emoção e a harmonia.

Resumo sobre as características do Romantismo

As características do Romantismo são aspectos associados aos valores burgueses e aos ideais de liberdade que prevaleceram na Europa do século XIX.
O Romantismo é um estilo de época que valoriza a subjetividade, a idealização e os ideais burgueses.
Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco e Júlio Dinis são os principais nomes do Romantismo português.
No Brasil, o Romantismo conta com autores como Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Castro Alves e José de Alencar.
O inglês William Turner é o mais famoso pintor do Romantismo europeu.
Chopin, Wagner e Verdi são importantes artistas da música romântica mundial.

Quais são as principais características do Romantismo?

→ Principais características do Romantismo na literatura

A literatura romântica, de maneira geral, possui as seguintes características:

caráter subjetivo;
sentimentalismo;
adjetivação abundante;
uso intenso de exclamações;
visão nacionalista;
enaltecimento da liberdade;
idealização da realidade;
sofrimento amoroso;
aspecto bucólico;
teocentrismo;
fuga da realidade;
valorização dos ideais burgueses.

◦ Características do Romantismo em Portugal

A primeira fase do Romantismo português (1825-1840) apresenta caráter nacionalista e conta com os seguintes autores e obras:

Camões (1825), de Almeida Garrett (1799-1854).
Eurico, o presbítero (1844), de Alexandre Herculano (1810-1877).

A segunda fase do Romantismo português (1840-1860) é ultrarromântica, marcada pelo excesso de emoção, tom melancólico e visão pessimista da realidade. Estes são seus principais autores e obras:

Poesias (1856), de Soares de Passos (1826-1860).
Amor de perdição (1862), de Camilo Castelo Branco (1825-1890).

A terceira fase do Romantismo português (1860-1870) é pré-realista, apresenta crítica social e, portanto, menos idealização da realidade. Seus principais autores e obras são:

Odes modernas (1865), de Antero de Quental (1842-1891).
As pupilas do senhor reitor (1867), de Júlio Dinis (1839-1871).

Para saber mais detalhes sobre o Romantismo em Portugal, clique aqui.

◦ Características do Romantismo no Brasil

Capa do livro Iracema, de José de Alencar, publicado pela editora Moderna, uma das principais obras do Romantismo no Brasil. ^[2]

A primeira geração da poesia romântica brasileira (1836-1853) apresenta caráter nacionalista e indianista. Ela conta com os seguintes nomes:

Gonçalves de Magalhães (1811-1882), autor de Suspiros poéticos e saudades (1836).
Gonçalves Dias (1823-1864), autor de Os timbiras (1857).

A segunda geração da poesia romântica brasileira (1853-1870) é ultrarromântica, excessivamente sentimental e pessimista. Estes são seus principais nomes:

Álvares de Azevedo (1831-1852), autor de Lira dos vinte anos (1853).
Casimiro de Abreu (1839-1860), autor de As primaveras (1859).
Fagundes Varela (1841-1875), autor de Vozes da América (1864).

A terceira geração da poesia romântica brasileira (1870-1881) é pré-realista, abolicionista e privilegia a temática social. Seus principais nomes são:

Sousândrade (1833-1902), autor de O guesa errante (1858).
Castro Alves (1847-1871), autor de O navio negreiro (1868).

Já a prosa romântica brasileira de caráter nacionalista e indianista conta com obras como:

O guarani (1857), de José de Alencar (1829-1877).

A prosa urbana ou de costumes valoriza o estilo de vida burguês em obras como:

A moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882).
Senhora (1875), de José de Alencar (1829-1877).

E a prosa regionalista evidencia os costumes rurais, em obras como:

Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis (1822-1917).
Inocência (1872), de Visconde de Taunay (1843-1899).
A escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães (1825-1884).
O Cabeleira (1876), de Franklin Távora (1842-1888).

Por fim, o teatro romântico brasileiro apresenta nacionalismo, ironia e crítica social, em comédias como:

O noviço (1853), de Martins Pena (1815-1848).

Para saber mais detalhes sobre o Romantismo no Brasil, clique aqui.

→ Principais características do Romantismo na arte

Ramsgate, pintura romântica de William Turner.

A pintura romântica apresenta as seguintes características:

temática emotiva;
pinceladas fortes;
cores vivas;
teocentrismo ou medievalismo;
nacionalismo;
enaltecimento da liberdade;
idealização;
bucolismo;
valorização de temas orientais.

Seus principais representantes na Europa são os pintores:

Caspar David Friedrich (1774-1840) — alemão;
William Turner (1775-1851) — inglês;
John Constable (1776-1837) — inglês;
Eugène Delacroix (1798-1863) — francês.

No Brasil, Victor Meirelles (1832-1903) é seu principal representante.

→ Principais características do Romantismo na música

A música romântica apresenta as seguintes características:

originalidade;
autonomia artística;
emotividade;
nostalgia;
busca do sublime;
fuga da realidade;
valorização da harmonia.

Seus principais representantes na Europa são os músicos:

Frédéric Chopin (1810-1849) — polonês;
Robert Schumann (1810-1856) — alemão;
Franz Liszt (1811-1886) — húngaro;
Richard Wagner (1813-1883) — alemão;
Giuseppe Verdi (1813-1901) — italiano;
Johannes Brahms (1833-1897) — alemão.

No Brasil, Carlos Gomes (1836-1896) é seu principal representante.

Créditos de imagem

^[1] Sammlung H.-P.Haack / Wikimedia Commons (reprodução)

^[2] Editora Moderna (reprodução)

Fontes

ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2021.

COSSON, Rildo; SCHWANTES, Cíntia. Romance histórico: as ficções da história. Itinerários, Araraquara, v. 23, p. 29-37, 2005.

GUERREIRO, Emanuel. O nascimento do Romantismo em Portugal. Diadorim, Rio de Janeiro, v. 1, n. 17, p. 66-82, jul. 2015.

HORTA, Luiz Paulo. Anton Bruckner, o Bach do Romantismo. Estudos Avançados, São Paulo, v. 24, n. 69, 2010.

MARQUES, Wilton Jose. Alexandre Herculano e A voz do profeta. Navegações, Porto Alegre, v. 5, n. 1, p. 40-47, jan./ jun. 2012.

PEDROSA, Ana Bárbara. Almeida Garrett e a proposta política do Romantismo. Diacrítica, Braga, v. 29, n. 3, 2015.

TORAL, André A. No limbo acadêmico: comentários sobre a exposição “Almeida Júnior — um criador de imaginários”. ARS, São Paulo, v. 5, n. 10, 2007.

WAIZBORT, Leopoldo. Chaves para ouvir Schumann (paralipomena à Kreisleriana - I). Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, v. 75, jul. 2006.

WANNER, Maria Celeste de Almeida. Paisagens sígnicas: uma reflexão sobre as artes visuais contemporâneas. Salvador: EDUFBA, 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Características do Romantismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/caracteristicas-romantismo.htm. Acesso em 05 de maio de 2024.

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Exercício 1

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Leia dois trechos da obra Iracema de José de Alencar e julgue os itens em VERDADEIRO ou FALSO de acordo com o movimento literário a que ela pertence.

Trecho 1

"- Neste momento, Tupã não é contigo! replicou o chefe. O Pajé riu; e seu riso sinistro reboou pelo espaço como o regougo da ariranha. – Ouve seu trovão e treme em teu seio, guerreiro, como a terra em sua profundeza. Araquém proferindo essa palavra terrível, avançou até o meio da cabana; ali ergueu a grande pedra e calcou o pé com força no chão; súbito, abriu-se a terra. Do antro profundo saiu um medonho gemido, que parecia arrancado das entranhas do rochedo. Irapuã não tremeu, nem enfiou de susto; mas sentiu estremecer a luz nos olhos, e a voz nos lábios. – O senhor do trovão é por ti; o senhor da guerra será por Irapuã: disse o chefe. O torvo guerreiro deixou a cabana (…)".

Trecho 2

“Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu."

a) ( ) A obra pertence a primeira geração romântica no Brasil que baseava-se no binômio “nacionalismo-indianismo”.

b ( ) O autor, José de Alencar, evita utilizar-se da poesia, já que a obra trata-se de um texto narrado em prosa.

c) ( ) A relação entre Iracema e Martim caracteriza uma união de povos, indígenas e brancos, e a união de culturas, europeia civilizada e indígena selvagem.

d) ( ) O autor utiliza-se de uma linguagem cheia de imagens e metáforas para representar o pensamento indígena.

e) ( ) O pensamento do índio é realista e, por isso, se distancia muito da poesia.

Exercício 2

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Leia um trecho do poema Navio Negreiro de Castro Alves

O Navio Negreiro

I

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!

O único item incorreto em relação ao poema e as geração do Romantismo no Brasil é:

I – Na primeira parte do poema, o eu-lírico canta as belezas do mar, fazendo uma descrição do movimento das velas ao toque do vento , da fusão do céu e do mar, do brilho da lua e dos astros, da música criada pela brisa

II – Castro Alves pertence a geração romantica cohecida como Condoreira, que possuía como característica o comprometimento social, a luta a favor dos escravos e a influência de um sentimento de liberdade

III – No poema, Castro Alves usa muitas figuras de linguagem para proporcionar diferentes interpretações ao leitor e. Também trazer sonoridade ao texto

IV – Castro Alves pertence a geração do Romantismo que valorizava o tema da morte, demonstrando uma visão negativa do mundo e da sociedade, pessimista e com sentimento de inadequação à realidade.

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