Ventos

Ventos são movimentos de massas de ar de áreas com pressões atmosféricas mais altas com direção às mais baixas, variando de acordo com altitude, relevo e localidade.

Ventos são importantes para a dinâmica natural do planeta, a qual envolve o clima, relevo, formação de chuvas, entre outros fatores. Eles são definidos como o deslocamento do ar e da variação da pressão atmosférica ao longo de um período.

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O que é vento?

O planeta está cercado de ar, que é a atmosfera. Esse ar torna a vida possível e está sempre se movimentando. Quando temos a movimentação do ar, temos os ventos. Sua intensidade pode variar de acordo com as condições geográficas e climáticas, podendo trazer sensações de alívio e frescor ou mesmo causar destruições catastróficas.

O vento é o ar em movimento.

Origem do vento

Os ventos surgem de variações nas pressões atmosféricas, nas áreas de alta pressão e de baixa pressão. Eles sopram, em geral, das áreas mais altas para as mais baixas, em uma espécie de equilíbrio.

Devido à esfericidade e rotação da Terra, os ventos estão em constante movimento e possuem diferentes características, podendo ser úmidos, secos, quentes ou frios.

Tipos de ventos

A classificação dos tipos de ventos existentes no planeta varia de acordo com a intensidade, direção, temperatura, umidade, além de fatores locais. Vejamos os principais tipos de ventos que ocorrem no mundo.

  • Brisas: ventos constantes que sopram do mar para o continente (dia) e no sentido contrário durante a noite.

  • Monções: muito comuns na Ásia, são ventos que sopram do mar para o continente (estação chuvosa, entre julho e agosto) e do continente para o mar (estação seca, entre dezembro e janeiro).

  • Ventos alísios: ventos úmidos que sopram dos polos e dos trópicos em direção à Linha do Equador.

  • Ventos contra-alísios: ventos secos que sopram da Linha do Equador para os trópicos.

  • Ciclones: ventos circulares que têm como características tempestades tropicais e subtropicais, com massas de ar que estão em constante movimento rotativo.

  • Tufão: ventos circulares (ciclones) formados na Ásia. Possui as mesmas características dos furacões, com exceção da localização. Geralmente tufões são encontrados na Ásia, próximos à Linha do Equador, no Oceano Pacífico.

  • Furacão: ventos circulares (ciclones) que chegam a atingir 400 km de diâmetro. O sentido de sua direção varia de acordo com o hemisfério: anti-horário, no Hemisfério Norte, e horário, no Sul. São bem frequentes no Mar do Caribe e na costa leste dos Estados Unidos.

  • Tornado: o mais forte dos ventos, podendo atingir até 490 km/hora. Seu tamanho pode ser de até 10 km de diâmetro, sendo formado por redemoinhos e poeiras, ocorrendo em zonas temperadas no Hemisfério Norte.

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Movimento dos ventos

A rotação do planeta faz com que, na Linha do Equador, os ventos soprem na horizontal, em linha reta. Entretanto, nos hemisférios Norte e Sul, essa movimentação ocorre de maneira diferente. No Hemisfério Norte, geralmente os ventos são forçados a soprar à direita, ocorrendo o oposto no Hemisfério Sul, isto é, à esquerda.

No norte do planeta há muitas áreas emersas e cadeias montanhosas. Com isso, ventos podem chegar a 200 km/hora em certos períodos, mas não se comparam com a constância dos ventos oeste que sopram no Hemisfério Sul, principalmente nas áreas do Oceano Índico e Pacífico, sendo esse último um local com muitas tempestades em alto-mar.

Importância dos ventos

O movimento do ar é fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra. Em geral, os ventos têm a função de levar ar frio para o Equador e ar quente para os polos, um equilíbrio essencial para as temperaturas não ficarem tão extremas nas áreas citadas. Há também a importância da determinação dos diferentes tipos climáticos.

Além disso, a movimentação dos ventos transporta umidade para diferentes áreas do planeta, produzindo chuva. Entretanto, ventos muito fortes podem causar danos a plantas e árvores, que se desenvolvem com dificuldades em áreas de ventania excessiva.

Dessa forma, para crescer, as vegetações se adaptam à região em que estão, seja com uma altura razoável para não sofrer tanta interferência do vento, seja com galhos flexíveis, que se curvam, mas não quebram.

Tempestade sobre o oceano. A força do vento pode gerar eventos catastróficos.

Quando estudado, o vento possui vantagens significativas. O ser humano aprendeu a usá-lo a seu favor, como na construção de grandes moinhos, no impulsionamento de velas nas embarcações, na produção de energia eólica, entre outras aplicações.

Fenômenos meteorológicos

A formação de fenômenos meteorológicos muito tem a ver com a movimentação das massas de ar e das diferenças na pressão atmosférica. Eventos como o surgimento de ciclones, furacões e tornados ocorrem em razão das diferenças nas pressões atmosféricas, umidade do ar, além das temperaturas em determinadas épocas do ano.

O vento é um grande aliado na formação de chuvas e outros fenômenos meteorológicos.

Ademais, o El Niño e a La Niña, que são eventos esporádicos no Oceano Pacífico, na costa oeste da América do Sul, transformam toda a dinâmica pluvial das regiões adjacentes por meio da ação dos ventos.

Exercícios resolvidos

Questão 1 – (Udesc 2016) Assinale a alternativa que descreve corretamente as características da atmosfera terrestre.

A) Os gases majoritários da atmosfera são o hidrogênio e o oxigênio.

B) Na camada denominada termosfera ocorre a maior concentração do gás ozônio na atmosfera.

C) A camada denominada troposfera é termicamente instável, fato que provoca fenômenos meteorológicos, como a chuva e o vento.

D) A atmosfera se torna cada vez mais rarefeita conforme diminui a altitude.

E) A composição da atmosfera manteve-se inalterada desde a formação do planeta, há bilhões de anos, até o advento da Revolução Industrial.

Resolução

Alternativa C. É na troposfera que ocorre a maioria dos fenômenos meteorológicos, como a movimentação do ar (vento) e chuvas.

Questão 2 – (Unesp 2016)

(Ercília T. Steinke. Climatologia fácil, 2012. Adaptado.)

A imagem ilustra o trajeto mais comum dos pilotos de asa-delta entre o Vale do Paraná e a Esplanada dos Ministérios em Brasília, distantes cerca de 90 quilômetros. Constituem fatores que permitem a longa duração deste voo:

A) o ângulo de incidência do sol (a intensidade de energia solar que atinge a Terra) e a frente oclusa (a ação do movimento da corrente de ar frio levantando o ar quente até que ele perca seu contato com a superfície).

B) a gravidade (a força de atração entre dois corpos) e a expansão adiabática (a expansão de grandes bolhas de ar até encontrarem menores valores de pressão atmosférica).

C) a brisa terrestre (a formação de um campo de alta pressão junto à superfície) e os ventos divergentes em altitude (a conformação de uma área receptora de ventos ascendentes).

D) o atrito (a força gerada no sentido contrário ao deslocamento do vento) e o efeito de Coriolis (a rotação das massas de ar no sentido horizontal em função do movimento da própria Terra).

E) o processo de condução (a transferência de calor da superfície para a camada mais próxima da atmosfera) e o processo de convecção (a dinâmica cíclica entre o ar quente que sobe e o ar frio que desce).

Resolução

Alternativa E. Nesse tipo de esporte, os voos mais longos dependem da ação do vento e calor para acontecer, como os movimentos cíclicos e a transferência do ar mais quente para a camada superior da atmosfera.

 

Por Átila Matias
Professor de Geografia

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MATIAS, Átila. "Ventos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/vento.htm. Acesso em 29 de abril de 2024.

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