Estreito de Bering

O estreito de Bering é uma porção do Mar de Bering responsável pela separação entre o extremo leste da Ásia e o extremo oeste da América do Norte.

Imagem de satélite sobre o Estreito de Bering, que separa a América da Ásia

O Estreito de Bering é um local do mar de Bering que separa o continente americano, mais precisamente o Alasca (EUA), do continente Asiático, mais precisamente o cabo Dezhnev (Rússia). Na Geografia, o conceito de estreito refere-se a um canal que possui dezenas ou poucas centenas de quilômetros e que separa duas massas continentais, dois oceanos ou dois mares.

O mar de Bering, por sua vez, é uma porção de água situada no Oceano Pacífico, com 2,3 milhões de km², e cercada pelos continentes acima citados a leste e a oeste e também ao sul pelas ilhas Aleutas. Seu ponto mais largo possui cerca de 2400 km de extensão e o seu ponto mais estreito é justamente o de Bering, com apenas 85 km de um extremo ao outro.

A origem do nome do estreito de Bering vem da homenagem ao navegador dinamarquês naturalizado russo, Vitus Jonassen Bering (1681-1741), que foi o primeiro a desbravar o local no ano de 1728. A descoberta em questão foi extramente útil para fins cartográficos, uma vez que não se sabia a exata delimitação entre oceano e continente nessa região do globo terrestre. O navegador em questão, aliás, pereceu justamente em uma expedição na região, quando tentava, entre outras coisas, determinar a localização do que mais tarde seria chamado de Alasca, em uma viagem que teve 78 pessoas e apenas 46 sobreviventes.


Vitus Bering, o responsável pela primeira navegação sobre o Estreito de Bering

Em virtude das adversidades climáticas da região, o Mar de Bering é considerado um dos locais mais perigosos para a navegação no mundo e, inclusive, para a atividade pesqueira. Entre os anos de 2000 e 2009, houve inúmeros naufrágios e mais de 500 pescadores mortos. Durante o inverno, as temperaturas caem abruptamente para valores próximos aos -45ºC, havendo fortes ventos e algumas tempestades, que produzem imensas ondas. Formam-se muitas camadas de gelo, que eventualmente prendem as embarcações, e também alguns icebergs, isso sem falar na fumaça que, às vezes, é produzida pelo encontro de uma corrente fria oriunda do Ártico com uma corrente quente advinda do Pacífico.

Muitos pesquisadores afirmam que foi por meio da travessia do Estreito de Bering que os primeiros seres humanos chegaram à América há milhares de anos, formando os povos nativos desse continente. As hipóteses afirmam tanto que o estreito estaria congelado durante uma glaciação, o que permitiu a sua travessia, quanto que ele teria o seu fundo oceânico exposto em razão do maior congelamento das geleiras nessa mesma glaciação, havendo a consequente retração das águas do mar.

Existem vários projetos de obras a serem construídas no Estreito de Bering, nenhum deles ainda saiu do papel, no entanto. Um dos mais conhecidos é a Ponte Intercontinental da Paz, que uniria os dois continentes e serviria também como rota comercial. Todavia, a sua construção, além de ser muito cara, também desafiaria as fortes ondas formadas no estreito e as adversidades climáticas.

Estados Unidos e Rússia, recentemente, também se reuniram para discutir a construção de um túnel no Estreito de Bering, que custaria 100 bilhões de dólares aos dois governos e seria utilizado para fins industriais e também turísticos, o que permitiria até mesmo a construção de uma ligação ferroviária entre a América do Norte e a Europa.


Por Me. Rodolfo Alves Pena

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PENA, Rodolfo F. Alves. "Estreito de Bering"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/estreito-bering.htm. Acesso em 29 de abril de 2024.

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