Três erros cometidos no estudo da gravitação universal

Alguns conceitos de gravitação universal, se mal interpretados, podem resultar em erros graves. É necessário estudar com cuidado para compreender os princípios de forma correta.

Alguns pequenos erros podem comprometer a compreensão das teorias da gravitação universal

A Gravitação Universal é a parte da Mecânica que estuda as estruturas e fenômenos relacionados com o universo. Trata-se de um estudo muitíssimo carregado de fatores históricos, uma vez que a curiosidade do homem em entender o universo é antiga. Durante o estudo da gravitação universal, alguns erros de interpretação podem surgir e nos levar a uma má compreensão dos conceitos, por isso, listamos três erros comuns cometidos no estudo desse conteúdo para você. Fique por dentro e não erre mais!

I. A primeira lei de Kepler não assume órbitas circulares

O enunciado da Primeira lei de Kepler nos diz que a trajetória dos planetas ao redor do Sol é elíptica e que o Sol ocupa um dos focos da elipse, ou seja, os planetas descrevem órbitas ovais ao redor da estrela.

O entendimento que muitos possuem a respeito dessa lei é que nunca poderá existir um planeta que tenha uma trajetória perfeitamente circular. No entanto, a primeira lei de Kepler não exclui essa possibilidade – até porque a circunferência é considerada uma elipse de excentricidade zero, portanto, ela está incluída no enunciado da chamada lei das órbitas.

II. A questão do heliocentrismo

O pensamento da Igreja Católica, no século XVI, era o de que o modelo geocêntrico do universo era o mais correto. Assim, a Terra, como criação mais importante de Deus, deveria ocupar uma posição privilegiada e, por isso, estaria no centro de todo o cosmo. Porém, no ano de 1514, os manuscritos de Nicolau Copérnico que diziam que o Sol estaria no centro (heliocêntrico), e não a Terra, intensificaram uma discussão que durou por eras: o universo é heliocêntrico ou geocêntrico?

Hoje sabemos que análise correta é a de que o Sol está no centro de nosso Sistema Solar e conhecemos a história da relação conturbada entre a Igreja e aqueles que propunham ideias diferentes e novas. Ao ler sobre esse assunto, pode-se ter a falsa impressão de que todo cientista que propunha o heliocentrismo era ateu ou rejeitava a Igreja e agia na tentativa de derrubar suas propostas e ensinamentos, mas isso não é verdade.

Nicolau Copérnico foi cônego da Igreja Católica. O seu objetivo não era derrubar a Igreja e seus argumentos, mas, como membro da igreja e cientista, encontrar as verdades a respeito do universo.

III. A questão da invenção do telescópio

É muito comum atribuir a invenção do telescópio a Galileu Galilei, porém, é importante saber que o célebre estudioso não inventou o telescópio, mas construiu telescópios mais potentes que os já existentes na época e teve a ideia de apontar esse equipamento para o céu noturno para vislumbrar a Lua e suas crateras, Júpiter e suas luas, Saturno e seus anéis etc.


Esses são desenhos das fases da Lua feitos por Galileu Galilei a partir de observações com telescópio

Alguns argumentos apontam que o produtor de espetáculos Sacharias Janssen foi o verdadeiro inventor do telescópio, importantíssimo equipamento para a astronomia.


Por Joab Silas
Graduado em Física

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

JúNIOR, Joab Silas da Silva. "Três erros cometidos no estudo da gravitação universal"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/tres-erros-comuns-cometidos-no-estudo-gravitacao-universal.htm. Acesso em 03 de maio de 2024.

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