Dezembro Vermelho

Dezembro Vermelho é uma campanha de conscientização sobre o HIV, vírus causador da síndrome da imunodeficiência adquirida (aids).

O laço na cor vermelha é o símbolo da campanha Dezembro Vermelho.

Dezembro Vermelho é a campanha de conscientização sobre o HIV, vírus causador da síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). A iniciativa busca alertar a respeito da importância do diagnóstico precoce, do tratamento e das formas de prevenção contra o HIV e a aids.

O HIV é um vírus que atinge o sistema imunológico do organismo humano. A transmissão pode ocorrer por meio de relação sexual desprotegida, transfusão de sangue infectado, compartilhamento de seringas, e de mãe para filho no processo de gestação.

Quando não tratado adequadamente, o HIV causa a aids, quadro em que o sistema imunológico já está comprometido. Dessa forma, o corpo fica sujeito a doenças oportunistas. Ser HIV+ (positivo) não significa necessariamente que a pessoa está com aids, já que esta é uma evolução da infecção provocada pelo vírus.

O Dezembro Vermelho também aborda o compartilhamento de informações de prevenção e tratamento contra demais infecções sexualmente transmissíveis (IST), tais como: sífilis, hepatite B e C, clamídia, herpes genital e gonorreia. A campanha foi instituída em 2017 pela lei nº 13.504.

Leia também: 1º de dezembro — Dia Mundial de Combate à Aids

Resumo sobre o Dezembro Vermelho

  • Dezembro Vermelho é uma campanha que conscientiza sobre o HIV, vírus causador da aids, doença que afeta o sistema imunológico do corpo humano.

  • Em 2017, foi instituída a lei nº 13.504, que oficializou a campanha Dezembro Vermelho no Brasil.

  • As ações e atividades desenvolvidas no Dezembro Vermelho atuam no compartilhamento de informações, na promoção de direitos e no combate ao preconceito e estigma associados ao HIV e à aids.

  • O Dia Mundial de Combate à Aids, comemorado em 1º de dezembro, foi criado em 1988. A data está integrada no calendário de ações do Dezembro Vermelho.

  • Entre 1980 e junho de 2023, foram notificados mais de 1.123.064 casos de aids no Brasil, de acordo com o Boletim Epidemiológico sobre HIV e Aids do Ministério da Saúde.

O que é o Dezembro Vermelho?

O Dezembro Vermelho é uma campanha que alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do HIV, do tratamento e da prevenção do vírus, como também sobre outras IST. A iniciativa fomenta debates que combatem a desinformação e o preconceito relacionados às pessoas que convivem com o vírus.

No Brasil, a campanha foi oficializada por meio da lei nº 13.504, em 2017. O foco é construir e aplicar um conjunto de atividades e mobilizações para o enfrentamento do HIV e da aids. O objetivo é garantir assistência, proteção e promoção dos direitos das pessoas que convivem com o HIV e a aids.

Durante o mês de dezembro, órgãos públicos, instituições, universidades, centros educacionais, clínicas, hospitais, entre outros espaços, realizam diferentes tipos de atividades sobre o HIV e a aids. Nessas ações, são evidenciadas informações de interesse público, como o acesso gratuito à testagem e ao tratamento, bem como diálogos abertos com quem convive com o vírus.

Com isso, o Dezembro Vermelho se torna uma oportunidade de fortalecer as discussões que envolvem o HIV e a aids, como também as políticas públicas que atuam na qualidade de vida de pessoas que convivem com o vírus.

Qual a importância do Dezembro Vermelho?

O Dezembro Vermelho representa uma iniciativa de importância por desenvolver ações informativas e reflexivas sobre o HIV e a aids. As atividades da campanha trazem para a sociedade os aspectos que envolvem o diagnóstico e o tratamento, além das formas de prevenção do vírus.

Por meio da campanha, as pessoas podem ter acesso a informações sobre a distribuição de medicação contra o HIV pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a realização de testes de IST, por exemplo. Além da medicação que controla o vírus no organismo, há também fármacos que previnem a infecção, distribuídos de forma gratuita.

O Dezembro Vermelho é uma iniciativa importante por envolver toda a sociedade no combate de uma questão de saúde pública.

Nesse sentido, a campanha atua no compartilhamento de conhecimento sobre acesso aos direitos, além de promover reflexões sobre a condição e debates que combatem o preconceito.

Atividades para o Dezembro Vermelho

Congresso Nacional iluminado de vermelho no mês de dezembro para lembrar da luta contra o HIV e a aids.[1]

Veja, abaixo, algumas atividades e ações da campanha Dezembro Vermelho:

  • Iluminação de edifícios e monumentos públicos com a luz vermelha.

  • Realização de palestras e rodas de conversa para debater a importância do diagnóstico precoce, da prevenção e do tratamento do HIV.

  • Divulgação de campanhas audiovisuais e digitais na mídia por meio da televisão aberta, de websites e das redes sociais.

  • Realização de eventos com a presença de pesquisadores, médicos e pessoas que convivem com HIV e falam abertamente sobre a condição sorológica.

  • Publicação de documentos, cartilhas e obras literárias que abordam aspectos sobre o HIV e a aids.

Confira uma peça da campanha do Dia Mundial de Combate à Aids de 2023 realizada pelo Ministério da Saúde:

Peça da campanha do Ministério da Saúde de conscientização sobre o HIV e a aids.

Dia Mundial de Combate à Aids — 1º de dezembro

O Dia Mundial de Combate à Aids é comemorado em 1º de dezembro desde 1988. A data foi instituída em Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Antes da definição da data, houve um movimento que reuniu cerca de 200 mil pessoas durante a 3ª Conferência Internacional de Aids, em 1987. Participaram ativistas e pessoas que convivem com o vírus e que protestaram para serem ouvidas pela comunidade científica, já que ainda não havia acesso ao tratamento naquele período. Desde então, o 1º de dezembro ficou marcado como uma data que reforça a luta contra o preconceito, a desinformação e o estigma associados ao HIV e à aids.

O que é a aids?

A aids é a síndrome da imunodeficiência adquirida, uma doença causada pelo vírus HIV. Esse vírus ataca o sistema imunológico, especialmente os linfócitos CD4 (células de defesa), e rapidamente se multiplica pelo sangue.

A primeira vez que aids foi reconhecida foi no ano de 1981, pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos. Na ocasião, homens adultos homossexuais apresentaram quadros de pneumonia e comprometimento do sistema imunológico, o que despertou alerta na comunidade médica do país.

No cenário da aids, além dos fatores biológicos decorrentes da doença, incluem-se também aspectos sociais. Por muito tempo se pensou que somente homossexuais poderiam se infectar com o HIV e, consequentemente, desenvolver aids. Dessa forma, consolidou-se um estigma a respeito da condição associado à sexualidade.

Em 1987, começou-se o processo de desenvolvimento de medicações contra o HIV. Naquele ano, o uso de zidovudina (AZT) provocou a queda da mortalidade de pessoas que conviviam com HIV/aids. Os primeiros centros de desenvolvimento de vacinas contra o vírus foram criados em 1992 por meio do Programa Global de Aids da OMS. Entretanto, ainda não há vacina comprovadamente eficaz contra o HIV, apenas a realização de ensaios científicos.

A distribuição, por meio do SUS, do primeiro medicamento contra o HIV, a zidovudina, começou em 1991. A fabricação nacional foi iniciada em 1993. Em 1996, foi instituída a lei 9.313, sobre o direito ao acesso a medicamentos pelo SUS.

A evolução para o quadro de aids é uma preocupação de saúde pública. Um total de 52.415 jovens, de 15 a 24 anos, evoluíram para a condição da doença entre os anos de 2012 e 2022, segundo o Ministério da Saúde.

No ano de 2022, foram registrados 10.994 mortes decorrentes da aids no Brasil. A taxa de mortalidade foi de 4,1 óbitos a cada 100 mil habitantes, de acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), uma ferramente do governo federal brasileiro.

Dados do Boletim Epidemiológico HIV e Aids 2023, publicado pelo Ministério da Saúde.

Em nível global, o número de pessoas que se infectaram com o HIV desde o início da epidemia ultrapassa 84 milhões, de acordo com dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Somente em 2021, foram, pelo menos, 1,5 milhão de novos casos.

Para acessar na íntegra os dados do Boletim Epidemiológico sobre HIV e Aids de 2023, elaborado pelo Ministério da Saúde, clique aqui.

O médico infectologista Klinger Faíco comenta sobre os desafios do enfrentamento do HIV e aids no Brasil:

Transmissão do HIV

A transmissão do HIV pode ocorrer das seguintes maneiras:

  • relação sexual desprotegida;

  • transmissão vertical (de mãe para filho);

  • transfusão de sangue;

  • compartilhamento de seringas;

  • acidentes com material biológico.

Acesse também: Sífilis — infecção transmitida, principalmente, por meio da relação sexual desprotegida com alguém infectado

Tratamento do HIV/aids

O tratamento para controlar a ação do vírus HIV no corpo é feito por meio do uso de medicações conhecidas como antirretrovirais. As pessoas que convivem com o HIV, se estiverem com o tratamento adequando, não devem evoluir para o quadro de aids, afirma o médico infectologista Kingler Faíco.

Com o passar do tempo, a quantidade de medicamentos utilizados no processo de tratamento foi reduzida de maneira significativa. Atualmente, em média, são utilizados dois comprimidos.

O objetivo dos remédios é reduzir a quantidade de vírus no corpo e, consequentemente, seu poder de ação. Quando a pessoa atinge o quadro de indetectável, isso que dizer que ela deixa de ser transmissível, devido à baixa circulação do vírus no sangue.

Os efeitos colaterais da medicação do HIV/aids são baixos, e quando ocorrem geralmente são leves, reforça a médica infectologista Lissa Rodrigues.

Leia a reportagem do Brasil Escola que apresenta entrevistas com infectologistas sobre o HIV e aids clicando aqui.

Prevenção do HIV/aids

A prevenção do HIV/aids é feita por meio de diferentes estratégias. Veja:

  • Uso de preservativo na relação sexual: a camisinha, masculina ou feminina, é um método de barreira que previne infecções sexualmente transmissíveis (IST) e a gravidez e deve ser utilizada durante a relação sexual.

  • Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): o medicamento previne a infecção pelo HIV. A distribuição ocorre de maneira gratuita pelo SUS para grupos específicos, tais como: casais sorodiscordantes (quando um convive com o HIV e o outro não), profissionais do sexo que tenham relações sexuais desprotegidas, e homens que fazem sexo com homens. É necessário monitoramento de um médico para seu uso.

  • Profilaxia Pós-Exposição (PEP): o medicamento é utilizado quando houve relação sexual desprotegida em casos como de vítimas de violência sexual. A utilização deve ser iniciada em até 72 horas após a exposição e por 28 dias.

Importante: Em caso de exposição e situação de risco, realize os testes de HIV e demais IST! Para saber mais informações sobre o vírus e a doença, ligue para o Dique Saúde (136).

Crédito de imagem

[1] Jonas Pereira / Agência Senado (reprodução)

Fontes

BRASIL. Acabar com as desigualdades. Acabar com a Aids. Acabar com as pandemias: 01/12 – Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Ministério da Saúde - Biblioteca Virtual em Saúde, [s.d.]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/acabar-com-as-desigualdades-acabar-com-a-aids-acabar-com-as-pandemias-01-12-dia-mundial-de-luta-contra-a-aids/.

BRASIL. Aids: etiologia, clínica, diagnóstico e tratamento. Ministério da Saúde - Unidade de Assistência, [s.d.]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Aids_etiologia_clinica_diagnostico_tratamento.pdf.

BRASIL. Boletim Epidemiológico HIV e Aids 2023. Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Brasília, 1º dez. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/boletins-epidemiologicos/2023/hiv-aids/boletim-epidemiologico-hiv-e-aids-2023.pdf/view.

BRASIL. Lei nº 13.504, de 7 de novembro de 2017. Dispõe sobre a campanha nacional de prevenção ao HIV/aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2017. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13504.htm.

GRECO, Dirceu Bartolomeu. Trinta anos de enfrentamento à epidemia da Aids no Brasil, 1985-2015. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, n. 5, p. 1553–1564. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/65XMXBCdW7mX6mMY5Zp4QHS/?format=pdf&lang=pt.

LIMA, Everton. Dezembro Vermelho: o que você precisa saber. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 2. dez. 2021. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/dezembro-vermelho-o-que-voce-precisa-saber.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

AFONSO, Lucas. "Dezembro Vermelho"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dezembro-vermelho.htm. Acesso em 21 de maio de 2024.

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