Por qual motivo o cigarro eletrônico (vape) faz mal?

Diferentemente do que muitos pensam, o cigarro eletrônico (vape) faz mal à saúde. Isso ocorre porque ele expõe o usuário a várias substâncias nocivas.

O cigarro eletrônico é proibido no Brasil, entretanto pode ser encontrado sendo vendido ilegalmente.

 Você sabe por que o cigarro eletrônico (vape) faz mal à saúde? O cigarro eletrônico, assim como o cigarro convencional, provoca danos à saúde porque expõe o indivíduo a várias substâncias nocivas. No Brasil, está proibida a venda desses cigarros, bem como sua propaganda e importação, entretanto não é difícil encontrar o produto sendo vendido ilegalmente.

Muito popular entre adolescentes e adultos jovens, o cigarro eletrônico pode causar lesões pulmonares graves e levar à dependência da nicotina. Além disso, pode provocar danos na mucosa oral, irritação da garganta e olhos, rinite, pneumonia e outras condições.

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O que é o cigarro eletrônico?

O cigarro eletrônico, também conhecido como e-cigarro ou vaporizador/vape, é um dispositivo que possui uma bateria e uma solução líquida que contém diferentes produtos químicos, como a nicotina, que se destaca pelo seu alto potencial de causar dependência.

Segundo o artigo de Martin e colaboradores intitulado A relação entre a utilização de cigarros eletrônicos e doenças pulmonares: uma revisão integrativa, os cigarros eletrônicos são definidos como:

cigarros constituídos de uma bateria de lítio, um sensor, um microprocessador, refil ou cartucho, uma solução líquida (também chamada de e-líquido), um atomizador responsável por aquecer e vaporizar essa solução líquida e um bocal para inalação.

Desde o seu surgimento, os cigarros eletrônicos passaram por grandes modificações. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), elas podem ser compreendidas da seguinte forma:

  • Primeira geração: é formada por produtos descartáveis e não recarregáveis, os quais possuem um formato que lembra um cigarro comum.

  • Segunda geração: apresenta uma bateria recarregável e que pode ter seus cartuchos substituídos por outros pré-cheios com diferentes substâncias.

  • Terceira geração: é conhecida por tank, pois apresenta um reservatório que pode ser preenchido com nicotina e até mesmo outras drogas.

  • Quarta geração: consiste no cigarro eletrônico com sistema Pod, que se assemelha a um pendrive. Eles podem ser usados com refis em cápsulas, as quais apresentam líquidos com diferentes sabores.

Apesar de a venda ser proibida no Brasil, o que se observa é um aumento do consumo desse produto, em especial por adolescentes e adultos jovens. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o uso do cigarro eletrônico aumenta em mais de três vezes o risco de se experimentar o cigarro convencional e mais de quatro vezes o risco de uso do cigarro.

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Que mal faz o uso do cigarro eletrônico?

Tanto o cigarro eletrônico quanto o cigarro convencional podem causar danos à saúde.

O uso do cigarro é fator de risco para o desenvolvimento de diferentes doenças pulmonares e cardiovasculares e para o surgimento de diferentes tipos de câncer, como o câncer de boca, esôfago, laringe e pâncreas.

Devido aos graves problemas de saúde ocasionados pelo uso do cigarro convencional, os cigarros eletrônicos surgiram, sendo vendidos como produtos que apresentam menos riscos à saúde, por, entre outros motivos, não existir combustão durante seu uso.

Entretanto, apesar da promessa de provocar menos danos à saúde, o cigarro eletrônico é também prejudicial, porque libera um vapor que contém produtos tóxicos. Isso se deve ao fato de que o e-líquido pode conter solventes como o propilenoglicol e a glicerina, além de nicotina, essências flavorizantes, aditivos, metais pesados e até mesmo outras drogas, como a maconha líquida.

Algumas de suas substâncias são conhecidas por sua ação carcinogênica e citotóxica. A nicotina, por exemplo, relaciona-se com mais de 50 doenças distintas, entre as quais incluem-se doenças pulmonares obstrutivas crônicas, doenças cardiovasculares e cânceres.

Estudos do efeito a longo prazo do uso do cigarro eletrônico ainda não foram realizados, devido ao pouco tempo de mercado desses produtos. Entretanto, a curto prazo, podemos citar problemas como o surgimento de lesões pulmonares graves.

Essas lesões são conhecidas como Evali (e-cigarette or vaping product useassociated lung injury ou, em português, doença respiratória associada ao uso de cigarros eletrônicos ou vaping). A Evali provoca sintomas como tosse, dor no peito, dificuldade para respirar, calafrios, perda de peso, febre, vômitos, náusea, diarreia e dor abdominal. A Evali pode provocar a morte.

O uso do cigarro eletrônico também pode causar outros problemas, como:

  • irritação nos olhos e garganta;

  • dificuldade para engolir;

  • tosse;

  • rinite;

  • pneumonia;

  • asma;

  • lesões na mucosa oral;

  • sensação de estresse.

Além disso, o uso de cigarros eletrônicos pode levar à dependência de nicotina, aumentar o risco de iniciação de jovens e adolescentes ao tabagismo e possibilitar o uso de outras drogas. Não podemos deixar de citar também as lesões traumáticas provocadas por explosões de dispositivos.

 

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia 

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Por qual motivo o cigarro eletrônico (vape) faz mal?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/por-qual-motivo-o-cigarro-eletronico-vape-faz-mal.htm. Acesso em 06 de maio de 2024.

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