Arte moderna

A arte moderna é um período da história da arte que tem início no século XIX. Os principais movimentos da arte moderna são o Cubismo, o Expressionismo e o Surrealismo.

A noite estrelada, de Van Gogh, é uma obra dos primórdios da arte moderna.[1]
Crédito da Imagem: Shutterstock.com

A arte moderna é um período da história da arte que tem início no século XIX e se consolida durante o século XX. Alguns movimentos estéticos são típicos da arte moderna, tais como: Cubismo, Surrealismo, Expressionismo, Dadaísmo, Fauvismo, Futurismo, Minimalismo, Concretismo e Abstracionismo. Pablo Picasso e Salvador Dalí são alguns artistas famosos da arte moderna.

Leia também: O Dadaísmo e a “antiarte”

Resumo sobre arte moderna

  • A arte moderna é um período da história da arte, o qual tem início no século XIX.

  • A principal característica da arte moderna é seu caráter de oposição à arte clássica.

  • A arte moderna conta com famosos artistas como Vincent van Gogh, Pablo Picasso e Frida Kahlo.

  • Fazem parte da arte moderna movimentos como o Cubismo, o Surrealismo, o Dadaísmo, entre outros.

  • A arte moderna brasileira conta com artistas como Tarsila do Amaral, Candido Portinari e Oscar Niemeyer.

O que é arte moderna?

A arte moderna é um período da história da arte iniciado no século XIX e que prevaleceu até o século XX. O principal elemento caracterizador desse período é a oposição aos padrões clássicos de arte, a qual tem início no Romantismo e se consolida com as vanguardas europeias e com o estilo de época Modernismo.

Características da arte moderna

  • Experimentação.

  • Antitradicionalismo ou anticlassicismo.

  • Valorização de manifestos artísticos.

  • Diversidade e pluralidade estética.

Veja também: Qual a relação entre o Modernismo e a Primeira Guerra Mundial?

Objetivos da arte moderna

Os artistas da arte moderna buscam produzir obras que, de alguma maneira, quebrem com os padrões da estética clássica, pautada na harmonia e na racionalidade. Portanto, buscam inovar. A arte moderna tem seu ápice no início do século XX, com os movimentos de vanguarda. Esses movimentos e o Modernismo são marcados pela rebeldia, inovação e antiacademicismo.

Tipos de arte moderna

  • Arquitetura.

  • Escultura.

  • Literatura.

  • Música.

  • Pintura.

Principais artistas da arte moderna

A arte moderna conta com nomes como Salvador Dalí, Frida Kahlo e Pablo Picasso.[2]
  • Vincent van Gogh (1853-1890) — pintor holandês pós-impressionista.
  • Edvard Munch (1863-1944) — pintor norueguês expressionista.

  • Wassily Kandinsky (1866-1944) — pintor russo abstracionista.

  • Henri Matisse (1869-1954) — pintor francês fauvista.

  • Marcel Proust (1871-1922) — escritor francês modernista.

  • Giacomo Balla (1871-1958) — pintor italiano futurista.

  • Pablo Picasso (1881-1973) — pintor espanhol cubista.

  • James Joyce (1882-1941) — escritor irlandês modernista.

  • Virginia Woolf (1882-1941) — escritora inglesa modernista.

  • Franz Kafka (1883-1924) — escritor tcheco modernista.

  • Marcel Duchamp (1887-1968) — artista francês dadaísta.

  • Fernando Pessoa (1888-1935) — escritor português modernista.

  • Henry Moore (1898-1986) — escultor inglês modernista.

  • Salvador Dalí (1904-1989) — pintor espanhol surrealista.

  • Frida Kahlo (1907-1954) — pintora mexicana surrealista e cubista.

  • Gottfried Honegger (1917-2016) — artista suíço concretista.

  • Charley Harper (1922-2007) — artista estado-unidense modernista.

  • Donald Judd (1928-1994), artista estado-unidense minimalista.

Principais obras da arte moderna

  • A noite estrelada (1889), pintura de Vincent van Gogh.

  • O grito (1893), pintura de Edvard Munch.

  • A alegria de viver (1905), pintura de Henri Matisse.

  • As senhoritas de Avignon (1907), pintura de Pablo Picasso.

  • Primeira aquarela abstrata (1910), pintura de Wassily Kandinsky.

  • Dinamismo de um cachorro na coleira (1912), pintura de Giacomo Balla.

  • Em busca do tempo perdido (1913-1927), romance de Marcel Proust.

  • A metamorfose (1915), novela de Franz Kafka.

  • Fonte (1917), obra de Marcel Duchamp.

  • Ulisses (1920), romance de James Joyce.

  • Mrs. Dalloway (1925), romance de Virginia Woolf.

  • A persistência da memória (1931), pintura de Salvador Dalí.

  • Mensagem (1934), poesias de Fernando Pessoa.

  • As duas Fridas (1939), pintura de Frida Kahlo.

  • Grupo familiar (1950), escultura de Henry Moore.

  • Inclusões (1955), obra de Gottfried Honegger.

  • Stacks (década de 1960), obras de Donald Judd.

  • Gravuras, pôsteres e ilustrações de Charley Harper.

Movimentos da arte moderna

Fauvismo

Surgiu em 1904. As obras possuem cores puras e brilhantes. A perspectiva da pintura é desproporcional. Valoriza o primitivismo e a simplicidade. É anti-impressionista. Apresenta caráter subjetivo. Para saber mais sobre esse movimento, clique aqui.

Cubismo

Surgiu em 1907. Valoriza as formas geométricas, a fragmentação e realiza uma distorção da realidade. Saiba mais sobre o cubismo clicando aqui.

“Guernica”, obra de Picasso que apresenta traços cubistas.[3]

Futurismo

Surgiu em 1909. Apresenta visão iconoclasta, além de evidenciar a tecnologia, a velocidade e a guerra. Para saber mais sobre o futurismo, clique aqui.

Abstracionismo

Surgiu em 1910. Arte não figurativa, marcada pela simplificação das formas. Apresenta cores fortes e representa a expressão subjetiva e metafísica do artista.

Expressionismo

Surgiu, oficialmente, em 1911. É anti-impressionista. Apresenta cores fortes e a deformação da realidade. Valoriza a subjetividade e elementos sociais. Possui caráter pessimista. Saiba mais clicando aqui.

“O grito”, pintura expressionista de Edvard Munch.

Dadaísmo

Surgiu em 1916. Apresenta ilogicidade, nonsense, ironia, irreverência e antibelicismo.

Surrealismo

Surgiu em 1924. Apresenta imagens oníricas e fantásticas. Valoriza o inconsciente, a irracionalidade e a loucura.

Concretismo

A arte concreta surgiu em 1930, com a publicação do Manifesto da arte concreta, do holandês Theo van Doesburg (1883-1931). Tal arte é caracterizada pela universalidade. A pintura concreta é reduzida a planos e cores, com ausência de significado externo. Além disso, é anti-impressionista, ou seja, com clareza nos traços.

De forma geral, é uma arte universal, a qual não busca representar a realidade e se volta para si mesma. No entanto, o Concretismo esteve mais em evidência na literatura brasileira. A poesia concreta apresenta caráter universal, valoriza o espaço da folha, é objetiva, não figurativa e explora a verbivocovisualidade (palavra, som e imagem).

Minimalismo

Surgiu na década de 1950. Arte não expressiva, sem significado, que valoriza a simplicidade e o equilíbrio. Apresenta objetos tridimensionais, formas retangulares e cúbicas.

Arte moderna no Brasil

Abaporu, de Tarsila do Amaral, é a principal obra da arte moderna brasileira.[4]

No cenário artístico brasileiro, a arte moderna se consolidou como uma quebra radical com a estética tradicional. De caráter inovador, ela está fortemente vinculada ao Modernismo brasileiro, o qual sofreu influências dos movimentos das vanguardas europeias.

Dois eventos importantes demonstram o espírito antiacademicista da arte moderna nacional. O primeiro deles foi a Exposição de Pintura Moderna, em 1917, realizada pela pintora brasileira Anita Malfatti. O segundo evento, historicamente mais famoso, foi a Semana de Arte Moderna de 1922, da qual participaram artistas modernistas como Anita Malfatti, Heitor Villa-Lobos e Mário de Andrade.

Principais artistas da arte moderna no Brasil

  • Tarsila do Amaral (1886-1973).

  • Heitor Villa-Lobos (1887-1959).

  • Anita Malfatti (1889-1964).

  • Mário de Andrade (1893-1945).

  • Victor Brecheret (1894-1955).

  • Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).

  • Ismael Nery (1900-1934).

  • Zina Aita (1900-1967).

  • Candido Portinari (1903-1962).

  • Oscar Niemeyer (1907-2012).

  • João Guimarães Rosa (1908-1967).

  • Clarice Lispector (1920-1977).

  • Décio Pignatari (1927-2012).

  • Haroldo de Campos (1929-2003).

  • Augusto de Campos (1931-).

Principais obras da arte moderna no Brasil

  • O homem amarelo (1917), pintura de Anita Malfatti.

  • Cabeça de Cristo (1920), escultura de Victor Brecheret.

  • Retrato de Ronald de Carvalho (1921), pintura de Vicente do Rego Monteiro.

  • A sombra (1922), pintura de Zina Aita.

  • Abaporu (1928), pintura de Tarsila do Amaral.

  • Macunaíma (1928), romance de Mário de Andrade.

  • Bachianas brasileiras (1930-1945), composições de Heitor Villa-Lobos.

  • Morte de Ismael Nery (1932), pintura de Ismael Nery.

  • Igreja São Francisco de Assis (1943), projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer.

  • Retirantes (1944), pintura de Candido Portinari.

  • Grande sertão: veredas (1956), romance de João Guimarães Rosa.

  • Poesia pois é poesia (1977), poesias de Décio Pignatari.

  • A hora da estrela (1977), novela de Clarice Lispector.

  • Viva vaia (1979), poesias de Augusto de Campos.

  • Galáxias (1984), poesias de Haroldo de Campos.

Saiba mais: Qual o significado da obra Abaporu, de Tarsila do Amaral?

Exercícios resolvidos sobre arte moderna

Questão 1 (Enem)

TEXTO I

FREUD, L. Francis Wyndham. Óleo sobre tela, 64 x 52 cm. Coleção pessoal, 1993.

TEXTO II

Lucian Freud é, como ele próprio gosta de relembrar às pessoas, um biólogo. Mais propriamente, tem querido registrar verdades muito específicas sobre como é tomar posse deste determinado corpo nesta situação particular, neste específico espaço de tempo.

SMEE, S. Freud. Köln: Taschen, 2010.

Considerando a intencionalidade do artista, mencionada no Texto II, e a ruptura da arte no século XX com o parâmetro acadêmico, a obra apresentada trata do(a)

A) exaltação da figura masculina.

B) descrição precisa e idealizada da forma.

C) arranjo simétrico e proporcional dos elementos.

D) representação do padrão do belo contemporâneo.

E) fidelidade à forma realista isenta do ideal de perfeição.

Resolução:

Alternativa E.

A obra moderna de Lucian Freud quebra com a idealização clássica e mostra a realidade assim como ela é, com suas imperfeições.

Questão 2 (Enem)

Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranoia ou mistificação:

Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. [...] A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. [...]. Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia.

O Diário de São Paulo, dez. 1917.

Em qual das obras abaixo identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo?

A)

     Acesso a Monte Serrat — Santos

B)

     Vaso de flores

C)

     A Santa Ceia

D)

     Nossa Senhora Auxiliadora e Dom Bosco

E)

     A boba

Resolução:

Alternativa E.

A obra A boba possui elementos cubistas e, portanto, pertence à arte moderna brasileira. Assim, contraria os “processos clássicos dos grandes mestres”.  

  Créditos das imagens

[1] DesignerDuran / Shutterstock

[2] Budarina Elena / Shutterstock

[3] Jules Verne Times Two / Wikimedia Commons (reprodução)

[4] Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2021.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna. Tradução de Denise Bottmann e Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

BUENO, Chris. Kandinsky no Brasil: exposição viaja pela vida e obra do pai do abstracionismo. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 67, n. 1, jan./ mar. 2015.

JORDÃO, Paulo Veiga. Arte moderna: do Romantismo ao Impressionismo. Disponível em: https://publica.ciar.ufg.br/ebooks/licenciatura-em-artes-visuais/modulo/2/004.html.

NASCIMENTO, Evando. A Semana de Arte Moderna de 1922 e o Modernismo brasileiro: atualização cultural e “primitivismo” artístico. Gragoatá, Niterói, n. 39, p. 376-391, jul./ dez. 2015.

SORICE, Gabriela. Manifesto “Art Concret” era publicado há 90 anos. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/manifesto-art-concret-era-publicado-ha-90-anos.

STANGOS, Nikos. Conceitos da arte moderna. Tradução de Álvaro Cabral. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991.

WANNER, Maria Celeste de Almeida. Índices de contemporaneidade nas artes visuais. In: WANNER, Maria Celeste de Almeida. Paisagens sígnicas: uma reflexão sobre as artes visuais contemporâneas. Salvador: EDUFBA, 2010.

WHITFIELD, Sarah. Fauvismo. In: STANGOS, Nikos (org.). Conceitos da arte moderna. Tradução de Álvaro Cabral. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991.  

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Arte moderna"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/artes/arte-moderna.htm. Acesso em 08 de abril de 2025.

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