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Secularização

A secularização está ligada ao processo de perda de relevância da religiosidade nos vários aspectos da vida do sujeito moderno.

A secularização refere-se ao afastamento da religiosidade dos demais aspectos da vida social
A secularização refere-se ao afastamento da religiosidade dos demais aspectos da vida social
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Secularização é o nome dado ao processo descrito por alguns teóricos da Sociologia que engloba o abandono gradual da religião e de organizações sociais construídas sobre bases tradicionais. Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber, três dos mais importantes pensadores da Sociologia moderna, acreditavam que o progresso científico e o avanço tecnológico tornavam as sociedades ocidentais modernas mais dependentes da ciência para explicar e controlar seu mundo social. Assim, a secularização constituir-se-ia na perda gradual de relevância da religião sobre os diversos aspectos da vida social moderna.

O debate sociológico sobre o assunto ainda é bastante movimentado. De um lado, há aqueles que defendem a existência inegável do processo de secularização no mundo contemporâneo. Do outro lado, há aqueles que defendem que a crença religiosa ainda tem peso considerável para o sujeito moderno e suas relações nas mais diversas esferas sociais. A secularização, portanto, é um assunto bastante complexo e não possui um meio de avaliação consensual, o que acaba por frustrar grande parte das abordagens puramente empíricas sobre o problema.

Max Weber é o teórico mais lembrado ao falarmos desse tema. Em uma de suas obras mais célebres, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Weber aborda profundamente o tema. Para ele, o período da modernidade é marcado pelo conflito incessante entre o pensamento baseado na razão instrumental, a razão usada como ferramenta para se chegar a determinado fim, e o pensamento tradicional religioso, que perdia aos poucos sua relevância. Weber refere-se a esse fenômeno como “o processo de desencantamento do mundo”, processo pelo qual o sujeito moderno gradualmente abandona costumes e crenças baseadas em tradições aprendidas e que se apoiavam nos pilares fixos das religiões ou da “magia”.

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O desencantamento do mundo ocorreu, segundo o Weber, em virtude do novo ordenamento socioeconômico edificado no sistema capitalista. O cálculo racional tornou-se a principal forma de mediar as ações do sujeito desse sistema, o que, com o tempo, infiltrou-se nas demais relações dos indivíduos. Esse processo ganhou grande fôlego diante do enorme escalamento de produção que a Revolução Industrial trouxe, o ponto principal do processo de secularização. As relações comerciais passaram a se tornar cada vez mais partes integrais das relações sociais e exigiam, em grande parte, a racionalização das ações dos sujeitos.

Embora as observações de Weber ainda sejam significantes em nossa realidade, os processos relacionados com a secularização não podem ser objetivamente analisados. Assim sendo, as discussões sobre o tema ainda se desenrolam e novos trabalhos da área da religiosidade ainda buscam entender os diversos aspectos que envolvem o fenômeno da secularização.


Por Lucas Oliveira
Graduado em Sociologia

Escritor do artigo
Escrito por: Lucas de Oliveira Rodrigues Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

RODRIGUES, Lucas de Oliveira. "Secularização"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/secularizacao.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

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