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Rococó

O rococó é um movimento artístico de origem francesa. Ele surgiu no século XVIII, sob a influência iluminista. Suas obras apresentam cores claras e caráter ornamental.

A surpresa, de Jean-Antoine Watteau, possui caráter hedonista e é uma obra do rococó.
A surpresa, de Jean-Antoine Watteau, possui caráter hedonista e é uma obra do rococó.
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Rococó é um movimento estético surgido na França do século XVIII, no contexto do Iluminismo, e faz a transição entre o barroco e o neoclassicismo. É marcado pela superficialidade, caráter hedonista e ornamental. Também apresenta cores suaves e linhas curvas. Contudo, elementos religiosos estão presentes na arte rococó de Portugal, Brasil e Alemanha.

Leia também: Características da arte barroca

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o rococó

  • O rococó surgiu na França, durante o século XVIII, no contexto do Iluminismo.

  • A arte rococó é ornamental, possui cores claras, linhas sinuosas e valoriza a beleza.

  • Elementos religiosos estão presentes no rococó alemão, português e brasileiro.

  • Ao contrário do rococó, o barroco apresenta cores escuras, além do feísmo.

  • O escultor mineiro Aleijadinho é o principal artista do rococó brasileiro.

Contexto histórico do rococó

O rococó apresenta elementos barrocos e neoclássicos. Portanto, historicamente, sofre influência da Reforma Protestante e da Contrarreforma, ocorridas no século XVI. Isso se pensarmos em seu caráter religioso. Porém, a sua origem remonta ao século XVIII, na França iluminista.

Como a religiosidade rococó é uma exceção, é possível afirmar que o que sobressai nas obras do gênero é o aspecto antropocêntrico do Iluminismo. O Século das Luzes é conhecido pela valorização da razão, da liberdade, do conhecimento, do progresso, da ciência, da simplicidade, da beleza e do prazer.

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Características do rococó

Na França do século XVIII, surgiu um novo movimento estético chamado rococó. Essa estética apresenta elementos de transição entre o barroco e o neoclassicismo. Nessa perspectiva, possui caráter aristocrático e hedonista, ou seja, valoriza o refinamento e o prazer, enaltece a beleza e a superficialidade.

De natureza decorativa, ornamental, apresenta linhas sinuosas, assimétricas e cores claras. A temática bucólica pode ser encontrada em obras francesas. Porém, como herança barroca, a temática religiosa é um elemento importante na arte rococó de Portugal, Brasil e Alemanha.

A arquitetura e a decoração rococó possuem estas características:

  • curvas;

  • cores claras;

  • requinte;

  • interiores iluminados;

  • presença de espelhos.

A pintura rococó é assim caracterizada:

  • culto ao prazer;

  • simplicidade;

  • cotidiano agradável;

  • cores delicadas;

  • bucolismo.

a escultura rococó apresenta:

  • aspecto decorativo;

  • linhas suaves;

  • curvas em S ou C;

  • tamanho menor;

  • corpo humano leve e gracioso.

Por fim, o mobiliário rococó ou em estilo Luís XV valoriza as formas de concha, as folhagens, as flores. É conhecido pelo requinte, pela sofisticação e pelo seu caráter decorativo, agradável. As linhas sinuosas e harmônicas são valorizadas.

Leia também: Neorrealismo — o movimento artístico comprometido com questões sociais

Artistas do rococó

  • Germain Boffrand (1667-1754): arquiteto francês.

  • Johann Baptist Zimmermann (1680-1758): pintor alemão.

  • Jean-Antoine Watteau (1684-1721): pintor francês.

  • Dominikus Zimmermann (1685-1766): arquiteto alemão.

  • Balthasar Neumann (1687-1753): arquiteto alemão.

  • Antonio Corradini (1688-1752): escultor italiano.

  • Juste-Aurèle Meissonnier (1695-1750): pintor e decorador francês.

  • Giambattista Tiepelo (1696-1770): pintor italiano.

  • François Boucher (1703-1770): pintor francês.

  • Guillaume Coustou, o Jovem (1716-1777): escultor francês.

  • Étienne-Maurice Falconet (1716-1791): escultor francês.

  • Thomas Chippendale (1718-1779): marceneiro inglês.

  • Ignaz Günther (1725-1775): escultor alemão.

  • Jean-Honoré Fragonard (1732-1806): pintor francês.

  • Jean-Henri Riesener (1734-1806): ebanista alemão.

Obras do rococó

Afresco no mosteiro de Seligenthal, uma obra do rococó, de Johann Baptist Zimmermann.[1]
Afresco no mosteiro de Seligenthal, uma obra do rococó, de Johann Baptist Zimmermann.[1]

Arquitetura Rococó

  • Igreja da Abadia (1716-1725), no município alemão de Mödingen, de Dominikus Zimmermann.

  • Elevação da parede do quarto do príncipe de Rohan, Hôtel de Soubise, Paris (1736), de Germain Boffrand.

  • Igreja da Peregrinação de Vierzehnheiligen (1743-1772), de Balthasar Neumann.

Pintura rococó

  • A surpresa (1718), de Jean-Antoine Watteau.

  • Renaud e Armide (1734), de François Boucher.

  • A leitora (1772), de Jean-Honoré Fragonard.

  • Afresco no mosteiro de Seligenthal, de Johann Baptist Zimmermann.

  • Afrescos no palácio episcopal de Udine, de Giambattista Tiepelo.

Escultura rococó

  • Estátua de Schulenburg (1716), de Antonio Corradini.

  • Maria Immaculata (1755), de Ignaz Günther.

  • Ganimedes (1760), de Guillaume Coustou, o Jovem.

  • Pigmaleão e Galateia (1763), de Étienne-Maurice Falconet.

Mobília rococó

  • Mesa projetada por Juste-Aurèle Meissonnier, em 1730[1]:

Mesa projetada por Juste-Aurèle Meissonnier, em 1730, uma mobília do rococó.

  • Escrivaninha (1781), de Jean-Henri Riesener[2]:

Escrivaninha (1781), de Jean-Henri Riesener, uma mobília do rococó.

  • Espelho de Thomas Chippendale (1770):

Espelho de Thomas Chippendale (1770), uma obra do rococó.

Diferença entre barroco e rococó

O rococó faz a transição entre o excesso barroco e a racionalidade neoclássica. Ao contrário do barroco, opta pela simplicidade e por cores claras, leves e agradáveis. E também se opõe ao feísmo, de forma que valoriza a beleza e o prazer sem culpa. No entanto, em Portugal, Brasil e Alemanha, a religiosidade barroca se mantém na estética rococó.

Rococó em Portugal

Igreja de Santa Maria Madalena, um projeto arquitetônico de André Soares.[3]
Igreja de Santa Maria Madalena, um projeto arquitetônico de André Soares.[3]

Assim como no Brasil, a temática religiosa esteve fortemente presente na arte rococó portuguesa do século XVIII. O estilo floresceu no Noroeste do país, sendo o arquiteto André Soares (1720-1769) o principal nome do rococó português. Assim, aproximadamente entre 1746 e 1787, duas estéticas predominaram nas artes portuguesas: o barroco e o rococó.

Outros artistas do período são:

  • Francisco Pereira Campanhã (?-1776) — escultor;

  • Mateus Vicente de Oliveira (1706-1785) — arquiteto;

  • Manuel Caetano de Sousa (1742-1802) — arquiteto.

Rococó no Brasil

Fachada da Igreja de São Francisco de Assis, de Aleijadinho, um artista do rococó no Brasil.
Aleijadinho foi responsável por projetar os detalhes da fachada da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto.

A religiosidade é marca importante na arquitetura, escultura e pintura rococó brasileira. Esse movimento artístico vigorou no Brasil durante o século XVIII. Além da questão religiosa, as obras nacionais também utilizam as cores claras e as linhas suaves. O principal artista brasileiro dessa época é o arquiteto e escultor Antônio Francisco Lisboa (1738-1814), mais conhecido como Aleijadinho.

Outros artistas importantes são:

  • o escultor Mestre Valentim (1745-1813);

  • o pintor Mestre Ataíde (1762-1830);

  • e o escultor Francisco Xavier de Brito (?-1751).

Saiba mais: Características da arte barroca no Brasil

Exercícios resolvidos sobre o rococó

Questão 01

O balanço, de Jean-Honoré Fragonard, obra do rococó.
O balanço, de Jean-Honoré Fragonard, obra do rococó.

Após analisar a pintura O balanço, percebemos que ela apresenta características do rococó francês, como:

A) temática religiosa.

B) caráter mórbido.

C) feísmo.

D) influência mitológica.

E) inspiração hedonista.

Resolução:

Alternativa E.

A obra em questão é de inspiração hedonista, já que valoriza o prazer. A beleza também é um elemento da arte rococó evidenciado na pintura.

Questão 02

Coroação com espinhos, de Caravaggio (1571-1610).
Coroação com espinhos, de Caravaggio (1571-1610).

Depois de analisar a obra barroca do pintor italiano Caravaggio, é possível apontar características que a distanciam do estilo rococó, exceto:

A) as cores são fortes, intensas.

B) a temática é lúgubre, desagradável.

C) a temática é religiosa.

D) não apresenta caráter superficial.

E) não apresenta aspecto hedonista.

Resolução:

Alternativa C.

O título da obra sugere que o personagem central é Jesus Cristo, que vai receber a coroa de espinhos. Apesar de o rococó francês se afastar da religiosidade, tal característica está presente na arte rococó alemã, portuguesa e brasileira.

Créditos da imagem

[1] Allie_Caulfield / Wikimedia Commons

[2] National Trust, Waddesdon Manor / Jérôme Letellier / Wikimedia Commons

[3] Wikimedia Commons

Fontes:

BASSALOBRE, Janete Netto. Das promessas iluministas à servidão. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 26, n. 3, dez. 2010.

LAMEIRA, Francisco. O retábulo em Portugal: o Tardobarroco e o Rococó (c. 1746 – c. 1787). Promontoria, ano 4, n. 4, 2006.

LEMES, Jorge Pedro Barbosa. O Barroco no Brasil: arte e educação nas obras de Antônio Francisco Lisboa. 2012. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Estadual de Maringá, Maringá.

LEÓN, Carlos Alejandro Ponzio de. ¿Dinero o trascendencia? La frivolidad del arte durante el Rococó. El Trimestre Económico, Ciudad de México, v. 84, n. 334, abr./ jun. 2017.

MELLO, Vico Denis S. de; DONATO, Manuella Riane A. Pensamento iluminista e o desencantamento do mundo: Modernidade e a Revolução Francesa como marco paradigmático. Revista Crítica Histórica, ano II, n. 4, dez. 2011.

RIBEIRO, Cláudia Campos. O estudo do mobiliário francês do período de 1860 a 1930 como patrimônio da cidade de Pelotas. 2010. Dissertação (Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2010.

SANTOS, Joaquim Rodrigues dos. Uma brisa no panorama da história da arte em Portugal. Diário do Minho, Braga, 01 dez. 2021.

VAL, Andréa Vanessa da Costa; ROSÁRIO, Rayane Soares. O Barroco e Rococó mineiro: arte, arquitetura, artistas. Jurisp. Mineira, Belo Horizonte, ano 63, n. 203, p. 13-22, out/ dez. 2012.  

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Rococó"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/rococo.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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