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As corporações de ofício

As corporações de ofício defendiam os interesses econômicos dos artesãos que a integravam
As corporações de ofício defendiam os interesses econômicos dos artesãos que a integravam
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Entre os séculos XI e XII observamos que a Europa Medieval passou por intensas mudanças socioeconômicas com o aparecimento dos burgos. Além de representarem o processo de reurbanização europeu, a criação desses espaços esteve intimamente ligada ao desenvolvimento de atividades produtivas e ao reaquecimento do comércio em geral. Com o passar do tempo, vemos a formação de um grupo social integrado por artesãos e comerciantes que se sustentam por meio dessa outra atividade econômica.

Muitos membros desse grupo social inédito, interessados em organizar e padronizar suas atividades, passaram a desenvolver suas próprias associações. É nesse contexto que as corporações de ofício regulamentam os trabalhos artesanais. Antes disso, as atividades de tal natureza eram coordenadas de forma natural, sem que para isso fosse necessário algum tipo de limitação ou regra.

Em geral, as corporações de oficio reuniam os comerciantes e artesãos que se envolviam na fabricação e venda de um mesmo tipo de produto. Visando a garantia de ganho para os seus integrantes, uma corporação tinha poderes para tabelar os preços referentes à mão de obra e a matéria-prima empregada em um processo de fabricação. Além disso, tomavam todo o cuidado para que a fabricação seguisse determinados padrões de qualidade e combatiam a falsificação de mercadorias.

Nesse aspecto, observamos que a corporação acabava interferindo na quantidade de produtos disponíveis para a oferta e controlavam a cotação dos preços das mercadorias que vendiam. Além disso, proibiam que pessoas não associadas à determinada corporação tivessem autonomia para realizar a fabricação de um mesmo produto fora de suas exigências. Dessa forma, a concorrência comercial era combatida e os mercados consumidores devidamente preservados.

Esse amplo conjunto de mudanças acabou impondo uma nova concepção de trabalho e riqueza para o mundo medieval. Por um lado, os nobres continuavam a fundamentar sua prosperidade na posse das terras e no controle dos servos e vassalos que estavam sobre os seus domínios. Por outro, os comerciantes e artesãos – primeiros formadores da classe burguesa – através da administração de seus bens, aliavam noções de poupança, investimento e lucro.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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Idade Média - História Geral - Brasil Escola

 

 

 

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "As corporações de ofício"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/as-corporacoes-oficio.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(Cescem-SP) As corporações de ofícios eram organizadas com o objetivo de:

  1. defender os interesses dos artesãos diante dos patrões.
  2. proporcionar formação profissional aos jovens fidalgos.
  3. aplicar os princípios religiosos às atividades cotidianas.
  4. combater os senhores feudais.
  5. proteger os ofícios contra a concorrência e controlar a produção.

Exercício 2

(Vunesp-SP)  Sobre as associações dos importantes grupos sociais da Idade Média, um historiador escreveu: Eram cartéis que tinham por objetivo a eliminação da concorrência no interior da cidade e a manutenção do monopólio de uma minoria de mestres no mercado urbano.

(Jacques Le Goff, A civilização do Ocidente Medieval)

O texto caracteriza de maneira típica:

  1. as universidades medievais.
  2. a atuação das ordens mendicantes.
  3. as corporações de ofício.
  4. o domínio dos senhores feudais.
  5. as seitas heréticas.