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Companhia de Jesus

A Companhia de Jesus é uma ordem da Igreja Católica criada no século XVI. Atuou em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil, em missões de catequização.

Logo oficial da Companhia de Jesus no Brasil.
A Companhia de Jesus atuava em missões de catequização. Na imagem, a logo oficial da Companhia de Jesus no Brasil.[1]
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A Companhia de Jesus foi fundada por um grupo de amigos em 1534 e reconhecida pela Igreja Católica seis anos depois. A ordem foi criada no contexto da Reforma Protestante, da Contrarreforma e da expansão marítima europeia. A partir da década de 1540, os jesuítas foram enviados para diversas regiões do mundo, com o objetivo de catequizar as populações nativas.

Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, criando diversas missões, onde catequizaram os indígenas. Muitas dessas missões se tornaram cidades, como a cidade de São Paulo. Desde o início, os jesuítas tiveram atritos com os colonos brasileiros por causa da mão de obra indígena. A partir do século XVIII, os atritos também passaram a ocorrer com a Coroa portuguesa. Em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal e de todas as suas colônias, inclusive o Brasil.

Leia também: Drogas do sertão — alvos da disputa entre jesuítas e bandeirantes na Floresta Amazônica

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a Companhia de Jesus

  • A Companhia de Jesus é uma ordem da Igreja Católica que existe ainda hoje. No Brasil ela se dedica principalmente à educação, sendo mantenedora de diversos colégios.
  • A Igreja Católica reconheceu a Companhia de Jesus em 1540 e seus membros passaram a ser conhecidos como jesuítas.
  • A Companhia de Jesus teve importante papel na educação em Portugal e no Brasil até a metade do século XVIII.
  • A maior cidade do Brasil, São Paulo, foi fundada por padres jesuítas, em 25 de janeiro de 1554.
  • Em 1759, os jesuítas foram acusados de criar um Estado paralelo que desafiava a soberania portuguesa e foram expulsos de Portugal e de todas as suas colônias.
  • Em 1773, a Igreja Católica decretou a supressão da Companhia de Jesus. A companhia só seria restaurada pela Igreja em 1814.
  • O papa Francisco I foi o primeiro da história a pertencer à Companhia de Jesus.

O que é a Companhia de Jesus?

A Companhia de Jesus é uma ordem religiosa da Igreja Católica fundada em 1534. Geralmente os membros dessa ordem são chamados de jesuítas. Atualmente é a maior ordem da Igreja Católica, contando com aproximadamente 20 mil membros em todo o mundo. O atual papa, Francisco I, é o primeiro da história a pertencer à Companhia de Jesus.

Desde a sua fundação até hoje, a companhia se destaca na área da educação. Atualmente a ordem é mantenedora de dezenas de instituições de ensino no Brasil, entre elas o Colégio Santo Inácio-RJ, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e O Colégio São Luís-SP.

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História da Companhia de Jesus

Durante séculos a Igreja Católica reinou absoluta em toda Europa Central e Ocidental, sem grandes contestações ao seu poder. Em 1517, o monge católico Martinho Lutero pregou na porta da Igreja de Wittenberg 95 teses que criticavam a Igreja Católica, sobretudo a venda de indulgências. O fato é considerado o marco de início da Reforma Protestante, que ganhou força inicialmente no norte da Alemanha e, depois, no norte da Europa e na Grã-Bretanha.

A Reforma Protestante se alastrou rapidamente, com a Igreja Católica perdendo cada vez mais fiéis para as novas igrejas. Como resposta, a Igreja Católica fez sua própria reforma, também chamada de Contrarreforma. Na Contrarreforma a Igreja buscou meios de evitar perder novos fiéis e de expandir a fé católica para outras regiões do mundo.

A época de fundação da companhia também foi o período das Grandes Navegações. Nesse momento Portugal e Espanha haviam descoberto boa parte das terras emersas do mundo. O expansionismo ibérico foi motivado por questões econômicas, a busca pelas especiarias do Oriente, tão valorizadas na Europa. No entanto, a expansão também foi motivada por questões religiosas, a luta contra os infiéis muçulmanos, numa espécie de cruzada moderna.

Foi nesse contexto de Reforma Protestante, de Contrarreforma e de expansão marítima europeia que a Companhia de Jesus foi fundada, em 1534, e logo depois reconhecida e incentivada pela Igreja Católica.

→ Fundação da Companhia de Jesus

A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loyola e mais seis amigos em 1534. Loyola havia se ferido na Batalha de Pamplona em 1521, afastando-se do exército e passando a ler obras relacionados aos santos católicos. Quando a Companhia de Jesus foi fundada, o principal objetivo era realizar a catequização na região da Terra Santa. Contudo, a expansão turco-otomana na região mudou os planos dos primeiros jesuítas.

A partir do final da década de 1530, Inácio de Loyola passou a solicitar ao papa Paulo III que a Companhia de Jesus fosse reconhecida. Em 1540, por meio uma bula papal, Paulo III reconheceu a ordem dos jesuítas e autorizou que os membros dela fossem ordenados padres. Na década de 1540, membros da ordem foram enviados para diversos países europeus para que criassem escolas, liceus de artes e outras instituições, numa tentativa de frear o avanço protestante.

A partir do Conselho de Trento, que se iniciou em 1545, a Companhia de Jesus se tornou uma das ordens mais importante na Reforma Católica. Padres jesuítas foram enviados à África, América e Ásia para catequizar as populações recém-contactadas.

Veja também: Brasil Colônia — a história brasileira sob o domínio de Portugal

Qual era o objetivo da Companhia de Jesus?

Desde que foi reconhecida pela Igreja Católica, em 1540, a Companhia de Jesus passou a ter como principais objetivos realizar trabalho missionário, como forma de barrar o crescimento das igrejas evangélicas, e aumentar o número de fiéis católicos.

A partir de 1545, os membros da companhia passaram a atuar principalmente nas novas terras “descobertas” pelos europeus. Para tal objetivo, os padres edificavam missões jesuíticas, onde as populações nativas recebiam catequese e desenvolviam uma ou mais atividades econômicas. O lucro dessa empreitada ficava com a própria Companhia de Jesus, o que sempre criou atritos com a Coroa portuguesa.

Características da Companhia de Jesus

O nome “companhia” remete a uma organização militar, e é mais ou menos como uma ordem que se organiza hierarquicamente. Todos os membros da ordem devem fazer voto de pobreza, de castidade e de obediência.

Apesar da hierarquia, os jesuítas contavam com bastante autonomia para criarem e manterem as missões, isso se dava principalmente pela dificuldade em manter comunicação rápida com regiões distantes e isoladas.

Essa autonomia permitiu que os jesuítas agissem de formas diferentes em cada região do globo, adaptando a catequese aos costumes locais. No Brasil, os primeiros estudos e dicionários de línguas indígenas foram produzidos pelos jesuítas.

Expansão da Companhia de Jesus

Logo após ser reconhecida pela Igreja Católica, a Companhia de Jesus chegou a diversos lugares da Europa, como Espanha, Portugal e Alemanha. Nesses locais foram construídos colégios e hospitais. Na Alemanha os jesuítas conseguiram frear o avanço da reforma, mantendo os reinos do sul falantes da língua alemã com maioria de católicos.

Em Portugal e Espanha, a companhia recebeu incentivo estatal, o que fez com que a ordem crescesse rapidamente. Em 1547, os jesuítas construíram os primeiros colégios no Congo; em 1548, jesuítas foram enviados para Molucas, Marrocos e Índia; em 1549, foram enviados ao Brasil e ao Japão; e, em 1552, eles chegaram à China.

Atuação da Companhia de Jesus no Brasil

Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, vindos com a expedição do primeiro governador geral do Brasil, Tomé de Sousa. Inicialmente os jesuítas no Brasil foram liderados pelo padre Manoel da Nóbrega. Aqui, eles criaram diversas missões, nas quais os indígenas aprendiam o catolicismo, o português e diversas atividades profissionais e artísticas.

No final do primeiro século de colonização, os jesuítas haviam criado diversas missões no litoral brasileiro, de Santa Catarina até o Ceará. Diversas missões também foram construídas na Amazônia, tendo o rio Amazonas como rota de penetração para o interior. A ocupação da região amazônica pelos jesuítas foi de suma importância para que o território passasse para Portugal, em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri.

Mapa das missões da Companhia de Jesus na região da Amazônia.
Principais instituições jesuíticas na região da Amazônia.[2]

Em São Paulo, Manoel da Nóbrega e padre Anchieta criaram uma dúzia de missões, entre elas as de Piratininga, Carapicuíba, Barueri e Pinheiros. Muitas das missões criadas no Brasil formaram povoados que deram origem a diversas cidades. São Paulo, por exemplo, foi construída ao redor da missão jesuítica fundada em 25 de janeiro de 1554.

Ainda hoje na região próxima da Praça da Sé existe o Pátio do Colégio, onde os jesuítas fundaram o primeiro colégio no planalto. Além de São Paulo, os jesuítas tiveram participação na fundação de diversas outras cidades, como São Borja e Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, e Viçosa do Ceará, no Ceará.

Aldeia Jesuítica de Carapicuíba, fundada pela Companhia de Jesus.
As missões da Companhia de Jesus originaram diversas cidades. Na imagem, a Aldeia Jesuítica de Carapicuíba, fundada em 1580.[3]

As aldeias jesuíticas eram geralmente divididas em três partes. A primeira era destinada à igreja, maior construção do local, geralmente com um pátio na sua frente, onde aconteciam diferentes cerimônias e festas. A segunda parte era o local das casas, onde os indígenas viviam. A terceira era composta por oficinas e outras áreas de trabalho, onde os indígenas realizavam diferentes tarefas.

No século XVII, os conflitos entre jesuítas e colonos se agravaram, principalmente em São Paulo e no norte do país. Os colonos desejavam escravizar os indígenas, enquanto os jesuítas pretendiam mantê-los em suas missões e reduções, sendo catequizados e trabalhando para a Companhia de Jesus.

→ Videoaula sobre a Companhia de Jesus no Brasil

Companhia de Jesus em Portugal

O rei Dom João III solicitou que a Igreja Católica enviasse jesuítas para Portugal para que eles organizassem as conversões feitas no Brasil, em regiões da Ásia e da África. Foram enviados para Portugal os jesuítas Francisco Xavier e Simões Rodrigues. Francisco Xavier foi cofundador da Companhia de Jesus com Inácio de Loyola e criou missões em diferentes países asiáticos.

Já Simões Rodrigues foi responsável pela fundação de diversos colégios em Portugal que formavam padres jesuítas. Os padres formados por esses colégios partiam para catequização nas colônias portuguesas, inclusive para o Brasil.

Graças ao financiamento real, a Companhia de Jesus cresceu rapidamente em Portugal, trabalhando em conjunto com o projeto de colonização português. Em 1560 já existiam cerca de 400 jesuítas formados em Portugal.

Os jesuítas fundaram também cerca de três dezenas de escolas em Portugal, onde muitas crianças passaram a estudar, aprendendo a ler e escrever. A Companhia de Jesus era a única rede permanente de educação no reino no século XVI.

Expulsão dos jesuítas

A relação entre jesuítas e colonos foi muitas vezes conflituosa. Em São Paulo, em 1640, a população invadiu o Colégio Jesuíta e expulsou os padres, escoltando-os até Santos, onde a Câmara apoiou os colonos e obrigou os padres a deixaram a província de São Vicente. Os religiosos rumaram para o Rio de Janeiro. O motivo da expulsão foi a divulgação de uma bula papal que proibia a escravidão dos indígenas.

Boa parte dos colonos de São Vicente possuía escravos indígenas ou vivia da comercialização deles. Os jesuítas só voltaram para São Paulo em 1653, mas, antes, se comprometerem a não interferir na escravidão indígena na região. Em 1661, os jesuítas também foram expulsos do Grão-Pará e do Maranhão, por motivos semelhantes aos da expulsão de São Paulo.

No século XVIII, Portugal passou por um processo de centralização política durante o governo de Dom José I. Durante seu reinado, Sebastião José de Carvalho e Melo, futuramente conhecido como Marquês de Pombal, teve grande influência sobre o rei.

Pombal acusou os jesuítas de criarem um Estado paralelo em Portugal e em suas colônias, de desobedecer a ordens reais e de entrar em conflito contra Portugal nas Guerras Guaraníticas, que terminaram em 1756. Em setembro de 1759, Dom José I decretou a expulsão da Companhia de Jesus de Portugal e de todas as suas possessões, inclusive o Brasil.

A expulsão dos jesuítas também envolveu questões econômicas. O decreto real de expulsão dos padres determinou que todos os imóveis, bens e terras da Companhia de Jesus fossem expropriados e passassem para o Estado português. Em 1773, sofrendo pressões do rei espanhol, o papa Clemente XIV decretou a supressão da Companhia de Jesus.

Nessa época a ordem possuía aproximadamente 23 mil membros. Os jesuítas continuaram a existir em regiões protestantes da Europa e na Rússia, onde os czares ignoraram o decreto de supressão. Em 1814, o papa Pio VII anulou o decreto de 1773 e os jesuítas voltaram a ser reconhecidos pela Igreja Católica.

Saiba mais: Língua-geral — como era a comunicação entre jesuítas e indígenas no período colonial

Consequências da expulsão dos jesuítas

Ruínas de São Miguel das Missões, fundada pela Companhia de Jesus.
Ruínas na cidade de São Miguel das Missões (RS), onde cerca de 30 comunidades jesuíticas foram abandonadas.

A primeira consequência da expulsão dos jesuítas foi uma crise educacional em Portugal e no Brasil. Os jesuítas tinham diversos colégios onde os professores também eram jesuítas. Após a expulsão, o Marquês de Pombal criou o sistema de aulas régio, que contou com diversas dificuldades em sua implementação, deixando quase uma geração inteira de crianças sem alfabetização.

Outra consequência da expulsão dos jesuítas foi a diminuição da produção agropecuária no Brasil, gerando inflação nos principais alimentos consumidos na colônia e na metrópole. Diversas regiões do Brasil, que antes eram grandes produtoras agrícolas e pecuárias, como a região de São Miguel das Missões, foram abandonadas pelos indígenas após a saída dos padres, levando-as à decadência.

Exercícios resolvidos sobre a Companhia de Jesus

1 - (ESPM) Em 1759 os jesuítas foram expulsos de Portugal e do Brasil pelo Marquês de Pombal. Nas reformas pombalinas, a expulsão dos jesuítas foi capítulo dos mais dramáticos, ousados e radicais, demonstrando até que ponto se reafirmava a soberania do Estado português na colônia.

(Carlos Guilherme Mota e Adriana Lopez. História do Brasil: Uma interpretação)

Os problemas em questão têm por origem o seguinte:

a) Pombal acusava a Companhia de Jesus de formar um verdadeiro Estado dentro do Estado e resistir ao poder do rei.

b) Pombal condenava o monopólio do comércio de escravos africanos pela Companhia de Jesus.

c) Pombal se ressentiu da recusa por parte da Companhia de Jesus de participar da colonização do Estado do Grão-Pará e Maranhão.

d) Pombal rompeu com os jesuítas após a Companhia de Jesus apresentar uma decidida condenação ao tráfico negreiro praticado pelo governo português.

e) Os jesuítas apoiavam as pretensões espanholas nas negociações dos tratados de limites ocorridos no século XVIII.

Gabarito: A. Pombal acusou os jesuítas de não obedecerem às ordens do Estado português e de criarem um Estado paralelo, com suas próprias leis e até mesmo própria economia.

2 - (FGV) Leia o texto sobre as origens de São Paulo.

A estratégia da penetração para o sertão, se foi amplamente aproveitada pelos colonos de São Paulo, nasce na prática da conversão jesuítica. (...) Embora por razões opostas, tanto as incursões dos jesuítas, tímidas é verdade, não se embrenhando muito além do núcleo de Piratininga, como as bandeiras e as entradas dos colonos tinham um mesmo objetivo: o índio.

(Amílcar Torrão Filho, A cidade da conversão: a catequese jesuítica e a fundação de São Paulo de Piratininga. Revista USP. São Paulo, n.º 63, 2004)

O fragmento apresenta parte das condições que originaram:

a) A guerra travada entre a Igreja Católica, a favor da escravização indígena, e os colonos paulistas, defensores do trabalho livre.

b) O conflito entre colonos e religiosos pelo controle da mão de obra indígena, presente no entorno de São Paulo.

c) A leitura, com forte viés ideológico, que considerava desnecessária a exagerada violência dos jesuítas contra os povos indígenas.

d) O fim do vínculo econômico de São Paulo com o resto da colônia, diante da impossibilidade de exploração da mão de obra indígena.

e) O fracasso das missões religiosas em São Paulo, pois coube apenas ao Estado português o controle direto dos indígenas.

Gabarito: B. Os colonos brasileiros desejavam utilizar os indígenas como escravos em suas lavouras e demais atividades econômicas. Já os jesuítas eram contrários à escravidão indígena e eram favoráveis que os indígenas trabalhassem para a Companhia de Jesus.

Créditos das imagens

[1]Wikimedia Commons

[2]FGV/CPDOC

[3]Cedro Imagem/ Shutterstock

Fontes

ASSUNÇÃO, Paulo de. Jesuítas no Brasil colonial. Editora Atual, São Paulo, 2016.

CORDEIRO, Tiago. A grande aventura dos jesuítas no Brasil. Editora Planeta, São Paulo, 2016.

PEDRO, Lívia. História da Companhia de Jesus no Brasil: uma biografia. UFBA, Salvador, 2008.

Escritor do artigo
Escrito por: Jair Messias Ferreira Junior Pós-graduado em História pela Unicamp e professor da Educação Básica há mais de 20 anos. Também é formador de professores e produtor de materiais didáticos há mais de 10 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

JUNIOR, Jair Messias Ferreira. "Companhia de Jesus"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-ordem-jesuita.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

(PUC-MG) No processo de colonização do Brasil (sécs. XVI - XVIII), os jesuítas tiveram papel de destaque na difusão do catolicismo. Sobre eles é correto afirmar, exceto:

  1. Detinham o monopólio da educação e, na segunda metade do século XVI, fundaram colégios na cidade de Salvador e na Vila de São Vicente.
  2. Sua tarefa missionária era a catequização dos índios, convertendo-os à verdadeira fé e à recuperação de fiéis.
  3. Construíram as missões para impedir a escravidão dos indígenas pelos coloniais e manter o universo de valores culturais dos índios.
  4. Foram expulsos de Portugal e das possessões coloniais pelo Marquês de Pombal, após 1750, devido ao seu poder econômico e político.

Exercício 2

(UFJF/MG) – “Quando chega a época do amanho da terra e da sementeira, (...) o padre dá a cada índio duas ou três juntas de boi para o amanho da roça (...). Pois o padre chegou a um índio, que lhe parecia ser o mais aplicado. Que tinha ele feito dos bois, que o padre tinha lhe emprestado? (...) o coitado está com fome, desatrela o zebruno e o abate. (...) Desta maneira, o pobre boi do arado virou fumaça num único almoço (...) Aos europeus isto parecerá incrível, mas aqui entre nós é a pura verdade, que os índios deixam estragar as espigas de milho maduras e amarelas, se os padres não os ameaçam expressamente com 24 pancadas de sova como castigo. Castigar desta maneira paternal tem resultado extraordinário, também entre os bárbaros mais selvagens, de sorte que nos amam de verdade, como os filhos aos pais.”

(SEPP, Anton. (1655-1733). Viagem às missões jesuíticas e trabalhos apostólicos. São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1972, p. 87.)

A passagem acima se refere ao trabalho que os jesuítas desenvolviam junto aos índios do Brasil, nos séculos XVI e XVII. Sobre esse contexto histórico, aponte a alternativa correta:

  1. Os jesuítas desenvolveram a catequese junto aos índios, como forma de escravizá-los, aplicando constantes castigos físicos a quem não trabalhasse;
  2. Os jesuítas pregavam que os índios selvagens não tinham alma e que, portanto, era necessário convertê-los ao catolicismo, como forma de torná-los mais dóceis para serem escravizados pelos senhores de terras;
  3. As missões tinham como orientação integrar os índios nos princípios da civilização cristã, promovendo a educação religiosa e para o trabalho;
  4. O trabalho das missões foi interrompido, pois não alcançava resultados práticos e muitos padres acabavam adquirindo hábitos próprios dos índios, o que contrariava os interesses da Igreja;
  5. Apesar de conseguirem muitos resultados positivos nas atividades econômicas, pois castigavam os índios preguiçosos, no campo religioso não alcançaram resultados, sendo baixo o número de índios que se converteram ao cristianismo.

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