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Sete povos das Missões

Os sete povos das Missões foram estratégias criadas por padres espanhóis no Sul do Brasil com o objetivo de espalhar a fé católica catequizando os indígenas.

Imagem retratando a prática do cristianismo*
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O catolicismo esteve demasiadamente presente no processo de colonização do Brasil e foram os jesuítas que por longos séculos disseminaram a fé cristã e catequizaram grande número de indígenas nos trópicos. Um exemplo dessa realidade religiosa foi a prática das missões, com o objetivo de converter nativos da América portuguesa ao catolicismo.

Em território brasileiro, durante a era colonial, portugueses e espanhóis disputavam áreas de influências para praticarem seus objetivos políticos ou religiosos. Além do mais, havia um choque de interesses entre padres e latifundiários, pois ao passo que os padres queriam converter os indígenas na esfera religiosa, os latifundiários queriam utilizá-los no trabalho escravo.

Contudo, mesmo havendo essa dicotomia entre jesuítas e bandeirantes em relação à captura dos indígenas, as missões conseguiram prosperar em algumas regiões, como, por exemplo, os sete povos das Missões desenvolvidos na atual região do Rio Grande do Sul. Coube aos espanhóis o papel de idealizar e construir essas missões compostas por sete reduções, que foram: redução de São Francisco de Borja, de São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista, São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custódio.

Vale lembrar que uma das teses propaladas acerca dos motivos de criação dessas sete reduções no Sul do Brasil foi a disputa territorial entre a coroa espanhola e a portuguesa, em que os primeiros tinham o objetivo de assegurar essas terras perante os lusitanos e, assim, incentivavam o processo de ocupação pelos padres espanhóis.

A primeira redução a nascer foi a de São Francisco de Borja, em 1682, fundada pelo padre Francisco Garcia. Em 1707, essa redução já contava com 2.814 habitantes e posteriormente deu origem à cidade de São Francisco de Borja. Em contrapartida, a redução de São Luiz Gonzaga contava em 1707 com uma população de apenas 1.997 pessoas.

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A redução de São Nicolau já era habitada anteriormente, porém seus habitantes tinham sido expulsos pelos bandeirantes de Francisco Bueno, refugiando-se na Argentina e fundando por lá a redução dos apóstolos. Contudo, em 1627, esses antigos habitantes voltaram para a região de origem e fundaram a redução de São Nicolau. Outro exemplo da problemática entre jesuítas e bandeirantes foi a redução de São Miguel Arcanjo, que foi atacada e, consequentemente, abandonada pelo seu fundador Cristóvão de Mendonça e pelos indígenas que lá habitavam. Essa redução somente foi repovoada em 1687, com a chegada de mais de 4.000 pessoas e reconstruída da maneira que era antes do ataque dos bandeirantes. Vale lembrar que a redução de São Miguel Arcanjo foi dividida em duas, indo cerca 2.800 pessoas para a nova redução de São João Batista.

O declínio dessas reduções se deu pelas divergências das políticas entre Portugal e Espanha, principalmente após o Tratado de Madri, de 1750, em que as reduções do Sul do Brasil ficaram com os portugueses em troca da Colônia do Sacramento para os espanhóis. Mesmo assim as disputas continuaram entre padres e indígenas que não queriam abandonar suas reduções de origem e se deslocarem para outras regiões. 

*Créditos da imagem: Renata Sedmakova e Shutterstock.com


Por Fabrício Santos
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Brasil Escola Escritor oficial Brasil Escola

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ESCOLA, Brasil. "Sete povos das Missões"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/povos-das-missoes.htm. Acesso em 26 de abril de 2024.

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