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Intencionalidade da linguagem publicitária

Recursos estilísticos de toda ordem configuram a intencionalidade da linguagem publicitária, até mesmo alguns desvios linguísticos.

A intencionalidade da linguagem publicitária é demarcada por alguns recursos estilísticos e até mesmo alguns “desvios”
A intencionalidade da linguagem publicitária é demarcada por alguns recursos estilísticos e até mesmo alguns “desvios”
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Quando se faz referência à linguagem publicitária, constata-se que esta se perfaz de algumas características, como o uso da linguagem conotativa. Sabemos também que tal ocorrência se manifesta em virtude da intenção que o emissor deseja dar ao seu discurso – o de persuadir o interlocutor. Dessa forma, recursos estilísticos são a ele disponibilizados, como as figuras de linguagens e até mesmo alguns “desvios” linguísticos.

Assim sendo, é sobre esses últimos que discorreremos, elegendo como exemplo uma propaganda bastante conhecida por todos, ora referente a uma instituição bancária, a qual se expressa da seguinte forma:    

“VEM PRA CAIXA VOCÊ TAMBÉM”

Não é preciso ir muito além para constatar que em se tratando do modo imperativo, o emissor deveria ter optado por “venha”, e não “vem”. No entanto, caso as regras gramaticais tivessem prevalecido, certamente que a harmonia melódica teria se desfeito. Constatação muito simples, haja vista que “vem” rima com “também”. Materializando o fato em questão, obteríamos:

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Venha para Caixa você também.

Ou ainda:

Vem para Caixa tu também, bem ao gosto do linguajar gaúcho. Aqui, até que a rima seria mantida, mas só teria aceitabilidade naquela região (sul do Brasil).

Chegamos à conclusão que além desse “desvio”, manifestado pela troca do pronome “tu” por “você”, ainda há de se notar a presença do “pra”, configurando uma forma reduzida da preposição “para”.

Fatos assim ocorrem não somente na linguagem publicitária, mas também nas canções musicais e na linguagem literária como um todo – dada a presença da licença poética concebida ao artista.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras

Escritor do artigo
Escrito por: Vânia Maria do Nascimento Duarte Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Intencionalidade da linguagem publicitária"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/intencionalidade-linguagem-publicitaria.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

ENEM (2010)

MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.

Campanha publicitária de loja de eletroeletrônicos. Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.

Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo configurações específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é:

A) influenciar o comportamento do leitor por meio de apelos que visam à adesão ao consumo.

B) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.

C) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo.

D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas.

E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais moderna.

Exercício 2

ENEM

O emprego dos recursos verbais e não verbais nesse gênero textual adota como uma das estratégias persuasivas:

A) evidenciar a inutilidade terapêutica do cigarro.

B) indicar a utilidade do cigarro como pesticida contra ratos e baratas.

C) apontar para o descaso do Ministério da Saúde com a população infantil.

D) mostrar a relação direta entre o uso do cigarro e o aparecimento de problemas no aparelho respiratório.

E) indicar que os que mais sofrem com as consequências do tabagismo são os fumantes ativos, ou seja, aqueles que fazem uso direto do cigarro.