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A consagração da forma “exploda”

A consagração da forma “exploda”, até então manifestada pela oralidade, se deu por intermédio do personagem Justo Veríssimo, passando a ser registrada por modernos dicionários.

A consagração da forma “exploda” se deu por meio de um personagem de uma TV brasileira chamado Justo Veríssimo, que tanto a proferia
A consagração da forma “exploda” se deu por meio de um personagem de uma TV brasileira chamado Justo Veríssimo, que tanto a proferia
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A consagração da forma “exploda” nos remete a um importante fato relacionado aos postulados gramaticais  – os verbos defectivos, cuja principal característica se revela pela sua não conjugação completa, levando-se em conta os tempos e modos verbais. Sendo assim, a inexistência de algumas formas se deve a dois fatores elementares: a eufonia (relativa ao som de forma agradável) e a homofonia (relativa ao som igual). Por essa razão é que determinados verbos, tais como “computar”, não possuem conjugação completa. Outro exemplo, fazendo referência ao som idêntico, é o verbo “falir”, que em algumas pessoas verbais confunde-se com o verbo “falar”.

Dessa feita, o verbo “explodir”, tradicionalmente considerado como defectivo, começou a ser proferido mediante as formas “expludo” e a variante “explodo”, por intermédio do personagem Justo Veríssimo, protagonizado pelo humorista Chico Anysio. Formas essas manifestadas somente na oralidade e raras as vezes na escrita – dado seu caráter classificatório (defectivas).

O fato é que, a partir da contribuição do nobre personagem (no caso do verbo “explodir”), e, sobretudo, com o passar do tempo (como é o caso do verbo “erodir”), algumas formas defectivas foram se regularizando, como bem nos retratam os dicionários modernos. Entretanto, o dicionário Aurélio, de forma indiscutível, concebe-os como sendo autenticamente defectivos – além disso, alguns autores evitam as formas discutíveis.

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No entanto, os verbos “eclodir” e “implodir” ainda permanecem tratados como defectivos, não sendo conjugados nas primeiras pessoas, tanto do presente do modo indicativo (eclodo/implodo), quanto do presente do modo subjuntivo (ecloda/imploda), até porque o verbo “eclodir” só se conjuga nas terceiras pessoas: eclode, eclodia, eclodiu, etc.

Portanto, mediante dizeres como “Eu quero é que o povo se exploda”, constatamos o dinamismo do qual a língua se perfaz, e que aos poucos esse mesmo caráter que a envolve acaba se tornando formalizado. Tal percepção se define justamente pelo fato de o verbo “explodir” se encontrar demarcado pela sua forma flexionada – “exploda” (representada pela terceira pessoa do presente do modo subjuntivo).


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Escritor do artigo
Escrito por: Vânia Maria do Nascimento Duarte Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "A consagração da forma “exploda”"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/a-consagracao-forma-exploda.htm. Acesso em 20 de abril de 2024.

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