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Rei Arthur

Rei Arthur é uma figura lendária presente no imaginário popular há centenas de anos. Segundo a lenda, ele governou os bretões com auxílio dos Cavaleiros da Távola Redonda.

Estátua representando o Rei Arthur, Cornualha, Reino Unido.[1]
Estátua representando o Rei Arthur, Cornualha, Reino Unido.[1]
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Rei Arthur é um dos principais personagens do folclore britânico, sendo rei dos bretões e governando do Castelo de Camelot. Nascido de uma traição perpetrada por seu pai, tornou-se rei ao retirar Excalibur de uma rocha. Passou a governar os bretões e, com os Cavaleiros da Távola Redonda, lutou contra os saxões, monstros, bruxas, gigantes, entre outros.

Existem diversos personagens e diversas lendas relacionadas ao Rei Arthur, o que alguns historiadores classificam como mitologia arturiana. Muitos desses personagens são bastante populares ainda hoje, como o Mago Merlin, a Fada Morgana, o Cavaleiro Lancelot, o Cavaleiro Verde, entre outros.

Leia também: Literatura medieval — características da produção literária na Idade Média

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o Rei Arthur

  • Rei Arthur foi um lendário rei da Grã-Bretanha e teria governado entre os séculos V e VI, período conhecido como Alta Idade Média.
  • Não existem fontes que comprovem a existência do Rei Arthur, as primeiras fontes relacionadas a ele foram produzidas séculos depois.
  • Arthur se tornou rei dos bretões após conseguir retirar a espada Excalibur de uma rocha.
  • Na história mais popular de Arthur, ele é traído por seu principal cavaleiro, Sir Lancelot.
  • Morgana, meia-irmã de Arthur, tentou destronar o irmão e coroar seu filho como rei.

Lenda do Rei Arthur

Segundo a lenda, Arthur foi o rei dos bretões, povo que controlava a Grã-Bretanha nos séculos V e VI. Sua lenda se passa nesse período de hegemonia bretã na ilha.

Arthur era filho de Uther de Pendrago, e de Igraine, esta era casada com Gorlois. Pendrago era o rei dos bretões e tinha um conselho de cavaleiros que se reuniam em uma távola redonda, daí o nome que receberam, Cavaleiros da Távola Redonda. Távola é a palavra utilizada antigamente para mesa, e teria sido o próprio Margo Merlin quem construíra a Távola Redonda.

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O Rei Pendragon se apaixonou por Igraine, e, após uma mágica do Mago Merlin, ele se transformou em Gorlois. Sob essa forma, foi até o quarto de Igraine, onde mantiveram relações sexuais. Quando a criança fruto dessa relação nasceu, foi entregue para Merlin criar.

Merlin criou Arthur escondido de quase todos, e, quando Pendragon faleceu, uma disputa entre a nobreza bretã ocorreu para decidir quem assumiria o trono. Merlin afirmou aos cavaleiros que uma espada, chamada Excalibur, se encontrava cravada em uma rocha e aquele que conseguisse retirar a espada deveria ser coroado rei dos bretões. Diversos cavaleiros tentaram removê-la, nenhum deles teve sucesso.

Arthur, ao caminhar pela estrada, observou uma espada cravada na rocha e, sem saber da profecia, a arrancou com facilidade da rocha, obtendo o direito de ser tornar o rei.

Excalibur encravada em pedra.
A lenda dizia que aquele que conseguisse retirar Excalibur da pedra seria rei.

Arthur passou a governar do lendário Castelo de Camelot e contou com o auxílio dos Cavaleiros da Távola Redonda. Durante seu governo, ele uniu os diferentes clãs bretões e conseguiu repelir os ataques dos saxões, que tentavam tomar a Bretanha. Segundo a lenda, seu governo foi de grande prosperidade e passou a ser chamado de Era de Camelot.

  • Origem da lenda do Rei Arthur

Como a maioria das lendas, não é possível estabelecer exatamente o local e a data originais, mas os primeiros registros sobre a lenda são do século IX, cerca de meio milênio depois da suposta existência de Arthur.

Um texto produzido no século XII afirma se tratar de uma compilação de um texto do século IX conhecido como Historia Brittonum (história dos bretões), que teria sido escrito entre 829 e 830, por Nennius.

No entanto, foi a partir do século XII que as lendas arturianas se popularizaram na Grã-Bretanha e na França. A obra História dos reis da Grã-Bretanha é considerada a responsável por essa popularização.

Leia também: A lenda sobre o tesouro dos cavaleiros templários

Rei Arthur e a Távola Redonda

O relato mais antigo sobre os Cavaleiros da Távola redonda é do século XII, na obra Matter of Britain. A mesa redonda onde esses cavaleiros se reuniam simbolizava a igualdade entre eles, sem existir cavaleiro superior ou inferior. O número de cavaleiros varia, dependendo da obra. A quantidade mais comum são 12 e 24 cavaleiros, mas algumas obras apontam a existência de centenas deles.

A maior parte das obras medievais afirma que a Távola Redonda foi criada na época do pai do Rei Arthur, o Rei Uther de Pendragon. Essa antiga távola também é chamada de Távola Velha.

Na távola arturiana, diversos cavaleiros ganharam destaque, como Lancelot, Tristão e Percival. Em alguns períodos, esses cavaleiros se tornam os personagens centrais das histórias relacionadas a Arthur.

Na França foi muito popular a história da busca do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda pelo Santo Graal. A obra mais antiga sobre essa lenda é de Chrétien de Troyes. Na versão de Chrétien, um camponês, chamado Percival, acabou se unindo aos cavaleiros que buscavam o Graal e encontrando o almejado objeto.

No grande salão do Palácio de Winchester, existe uma Távola Redonda com 24 assentos. A mesa é feita de carvalho inglês e foi produzida por volta do ano 1290. Ela possui 5,5 metros de diâmetro e pesa cerca de 1200 quilos.

Távola Redonda na parede do Palácio de Winchester.[2]
Távola Redonda na parede do Palácio de Winchester.[2]

Filmes sobre o Rei Arthur

Há cerca de mil anos, o Rei Arthur e seus cavaleiros são temas em diversas manifestações artísticas e cultuais e, na atualidade, isso não é diferente. O Rei Arthur está presente atualmente em jogos, filmes, desenhos animados, HQ, brinquedos e séries.

A seguir, confira uma lista de algumas produções do cinema relacionadas ao Rei Arthur:

  • Cavaleiros da Távola Redonda (de 1953): o filme, dirigido por Richard Thorpe, foca no triângulo amoroso entre o Rei Arthur, a Rainha Guinevere e o Cavaleiro Lancelot. O filme teve grande bilheteria e levou ao aumento de produções de livros sobre o tema.
  • A espada era a lei (1963): a animação, dos estúdios Disney, foi um sucesso de bilheteria, agradando principalmente ao público jovem e infantil. Na produção, o Rei Arthur ainda era uma criança camponesa quando retirou Excalibur da rocha onde estava cravada.
  • Monty Python e o cálice sagrado (1975): é uma sátira, dirigida por Terry Gilliam e Terry Jones, sobre o Rei Arthur que fez muito sucesso nos cinemas. No filme, Rei Arthur e seus cavaleiros partem em busca do Santo Graal, enfrentando diversas aventuras.
  • Excalibur (1981): é um filme, dirigido por John Boorman, que conta a versão mais conhecida da história de Arthur. Nele Uther Pendrago morre, mas, antes, crava Excalibur em uma rocha. Merlin anuncia que Arthur deve ser o novo rei, o que não é aceito por parte dos nobres. Arthur retira Excalibur da rocha e passa a governar a Inglaterra, sendo apoiado pelos Cavaleiros da Távola Redonda. O filme ainda representa a paixão da rainha por Lancelot e a tentativa de tomada de poder por parte da meia-irmã de Arthur, Morgana.
  • Arthur e Merlin (2022): a história se passa quando Arthur está na França e sua irmã, Morgana, tenta coroar seu filho como rei dos Bretões. Arthur retorna à Grã-Bretanha e um conflito se inicia. O filme é dirigido por Giles Alderson.

Curiosidades sobre o Rei Arthur

  • A origem do nome Arthur gera muitas discussões entre os linguistas. Para alguns, o nome tem origem no latim, derivando de Artorius. Para outros, o nome deriva de um nome celta, Art-rig. Outros defendem ainda que o nome é um híbrido dos nomes celta e latino.
  • Em algumas versões da lenda de Arthur, ele teve filhos como Gwydre e Loholt. Em outras versões, ele desapareceu sem deixar descendentes.
  • Na obra de Nennius, o Rei Arthur não é um rei e sim um guerreiro. Essa versão de Arthur aparece em diversas obras do século XII.
  • A obra que popularizou a lenda do Rei Arthur foi produzida no século XII, Historia Regum Britanniae (história dos reis da Grã-Bretanha). Ela foi escrita por Geoffrey Monmouth e foi muito popular na Grã-Bretanha e na França.
  • Durante a Guerra das Duas Rosas, Henrique VII criou uma árvore genealógica que traçava a origem da família Tudor até o Rei Arthur. Ele a utilizou como uma das justificativas para o seu direito à coroa.
  • Em 1982, a DC Comics lançou uma série de quadrinhos chamada Camelot 3000. Nela personagens arturianos renasciam no presente para combater seres do mal. O personagem Tristão surgiu no presente na forma de mulher, não aceitando seu gênero.
  • As histórias arturianas sempre foram garantia de lucro para a indústria do entretenimento, mas, em 2017, isso foi diferente. Nesse ano, a Warner Bros lançou Rei Arthur: a lenda da espada. O filme foi considerado um fracasso de bilheteria. A produção custou 175 milhões de dólares para o Warner e só gerou retorno de 150 milhões.

Créditos das imagens

[1] Gary Perkin / Shutterstock

[2] Kirk Fisher / Shutterstock

Fontes

GOFF, Jacques Le. Heróis e maravilhas da Idade Média. Editora Vozes de Bolso, São Paulo, 2021.

PYLE, Howard. Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. Editora Zahar, Rio de Janeiro, 2015.

SPINA, Segismundo. A cultura literária medieval. Ateliê Editorial, Cotia, 2007.

Escritor do artigo
Escrito por: Jair Messias Ferreira Junior Pós-graduado em História pela Unicamp e professor da Educação Básica há mais de 20 anos. Também é formador de professores e produtor de materiais didáticos há mais de 10 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

JUNIOR, Jair Messias Ferreira. "Rei Arthur"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/rei-artur-mito-ou-verdade.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

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