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História Econômica da Região Norte

A região Norte foi ocupada pelos colonizadores europeus de forma precária e fundamentada no extrativismo.

O Ciclo da Borracha favoreceu o desenvolvimento da Região Norte
O Ciclo da Borracha favoreceu o desenvolvimento da Região Norte
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A região Norte do Brasil tem como principal característica a presença da Amazônia, com sua combinação de floresta, rios caudalosos e grande biodiversidade, o que a torna uma área única em todo o planeta. A ocupação da floresta foi realizada logo no início da ocupação espanhola e portuguesa, mas muito limitada devido aos problemas de ordem técnica para atravessar seus rios e transpor a mata densa.

A 1ª expedição registrada em direção à Amazônia ocorreu no final do século XV, pelo espanhol Vincent Pizarro, que chamou a região de Santa Maria de la Mar Dulce, referindo-se ao rio Amazonas, que em razão do grande volume de água de sua foz foi confundido com um mar, sendo chamado de Marañón, que significa “mar ou não”.

No século XVI, os irmãos Francisco e Gonçalo Pizarro, que comandaram a destruição do Império Inca, organizaram diversas expedições para desbravar a região a partir das nascentes do rio Amazonas nos Andes em busca do El Dorado, lendária cidade do ouro. Neste período, a exploração da região se consolidou pelo extrativismo de madeira, sementes oleaginosas e corantes, com destaque para a exploração do pau-brasil. Além disso, promoveu a escravização, aculturação e o genocídio de milhares de indígenas.

Após a efetivação do Tratado de Madrid, em 1750, acordo que substituiu o Tratado de Tordesilhas no sentido de dividir os territórios que pertenciam a espanhóis e portugueses, Portugal intensificou a ocupação das terras amazônicas com a criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, no intuito de organizar a produção de drogas do sertão realizada na região e comercializada com a Europa.

Durante o século XIX teve início na região Norte o Ciclo da Borracha (1870-1910). O látex extraído da seringueira sempre foi de conhecimento dos índios, que o utilizavam para a impermeabilização de materiais e para a confecção de combustíveis e tochas. Com o avanço da industrialização nos países centrais e as descobertas do processo de vulcanização e do pneumático, aumentou a demanda pela borracha, cuja extração, ainda em 1840, começou a prosperar a região.

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O processo atraiu um grande contingente de população proveniente da região Nordeste, em geral os imigrantes que fugiam da seca, ao mesmo tempo em que ocorreu uma grande pressão internacional pelo aumento da produção. Em 1876, foram contrabandeadas algumas mudas de seringueira para a Inglaterra, que foram plantadas em colônias inglesas asiáticas, em destaque Índia, Malásia e Ceilão – atual Sri-Lanka, exercendo uma enorme concorrência com a borracha produzida no Brasil.

Em 1912 começou o declínio da produção de borracha na Amazônia, causando desemprego e fuga de capitais. No período entre guerras (1929-1946) houve um refluxo, em razão dos interesses norte-americanos, viabilizados na construção da Fordlândia, que tinha como intuito fornecer pneus para as fábricas da Ford. Em geral, o ciclo da borracha obteve como resultados:

  • Compra do Acre junto à Bolívia (1903);
  • Construção das ferrovias Madeira-Mamoré (1903) e Belém-Bragança (1908);
  • Aumento dos movimentos migratórios para a região (espanhóis, franceses, açorianos e principalmente cearenses que fugiam das secas);
  • Consolidação da lógica predatória e desmatamento.
  • Crescimento urbano das cidades de Manaus e Belém.


Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP

Escritor do artigo
Escrito por: Júlio César Lázaro da Silva Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Júlio César Lázaro da. "História Econômica da Região Norte"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/historia-economica-regiao-norte.htm. Acesso em 18 de abril de 2024.

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