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Coagulação sanguínea

O processo de coagulação sanguínea é um evento que envolve uma série de fatores e garante que perdas sanguíneas consideráveis não ocorram.

A coagulação pode evitar uma grande perda de sangue após uma lesão
A coagulação pode evitar uma grande perda de sangue após uma lesão
Crédito da Imagem: Shutterstock
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A coagulação garante que perdas sanguíneas consideráveis não ocorram. Nesse processo, o sangue perde suas características de fluido e torna-se uma massa quase sólida, um coágulo.

Cascata da coagulação

Existem diferentes modelos que explicam como esse processo ocorre, e o mais clássico é o da cascata da coagulação. O modelo da cascata foi proposto em 1964 por Macfarlane, Davie e Ratnoff e, até os dias atuais, é bastante divulgado, apesar de possuir limitações.

A cascata da coagulação afirma que esse processo é possível por causa de eventos que ocorrem de maneira sequencial. A coagulação pode ser dividida em duas vias: a extrínseca e a intrínseca. A via extrínseca inclui elementos do sangue e aqueles que também não são encontrados com frequência no espaço intravascular. A via intrínseca inicia-se com componentes que estão no espaço intravascular. Essas duas vias convergem para uma via comum.

  • Via extrínseca

    O fator tecidual, liberado pelo tecido lesionado, causa a ativação do fator VII, que ativa o fator X. A ativação do fator X ocorre depois que o fator VII forma um complexo com o cálcio, e o fator III passa a agir enzimaticamente na presença de fosfolipídios para garantir a ativação.

  • Via intrínseca

    Na via intrínseca, inicialmente, observa-se a fase de contato, que envolve quatro proteínas distintas. O fator XI adere-se à superfície exposta e é ativado na presença de cininogênio de alto peso molecular (CAPM) pelo fator XII ativado. O fator XI atua sobre o fator IX, ativando-o. O fator IX ativado estimula o fator X ao atuar com o fator VIII ativado, fosfolipídios plaquetários e o fator 3 plaquetário.

  • Via comum

    A ativação do fator X na via intrínseca e extrínseca leva à via comum. Nessa via, o fator X ativado combina-se com fosfolipídios e com o fator V para formar o complexo chamado de ativador de protrombina. Esse complexo inicia a ativação da protrombina (fator II) em trombina (fator II ativado). A trombina, por sua vez, converte o fibrinogênio (fator I) em monômeros de fibrina. O fator XII catalisa a transformação da fibrina solúvel em insolúvel na presença de cálcio.

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Coagulação sanguínea com base em superfícies celulares

Atualmente existe outra teoria que explica como a coagulação acontece: a teoria que se baseia em superfícies celulares. De acordo com essa teoria, a coagulação ocorre em quatro fases: iniciação, amplificação, propagação e finalização.

Na iniciação, observa-se a pertubação das células do sangue e do endotélio vascular. Nesse momento, acontece a interação entre o fator VII ativado e o fator tecidual. Na amplificação, observa-se que a trombina ativa as plaquetas, levando-as a expor receptores e sítios de ligação para os fatores de coagulação que estão ativados. Depois da amplificação, temos a propagação, em que se observa um aumento na quantidade de trombina e a interrupção da perda sanguínea pela formação de um tampão. Na finalização, anticoagulantes naturais atuam para parar o processo de coagulação e evitar que ocorra o fechamento total do vaso sanguíneo.

Hemofilia

A hemofilia é um problema genético que desencadeia episódios hemorrágicos. O portador dessa doença apresenta problemas relacionados com os fatores de coagulação. O tipo mais comum (Hemofilia A) ocorre em virtude da deficiência no Fator VIII. Outros fatores também podem estar envolvidos, como é o caso da hemofilia B, causada pela deficiência do fator IX.

Plaquetas e a dengue

Em alguns pacientes com dengue, observa-se uma redução no número de plaquetas, um problema conhecido como plaquetopenia ou trombocitopenia. A queda no número de plaquetas pode levar a um risco aumentado de hemorragias. Na febre hemorrágica da dengue, percebe-se no coagulograma uma diminuição de fibrinogênio, protrombina, fator VII, fator XII, atitrombina e α antiplasmina, além da contagem de plaquetas estar abaixo de 100.000/mm3.


Por Ma. Vanessa dos Santos

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Coagulação sanguínea"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/coagulacao-sanguinea.htm. Acesso em 23 de abril de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

Na coagulação sanguínea, o sangue perde sua característica fluída e torna-se uma massa sólida (coágulo). Marque a alternativa que indica corretamente o nome do elemento sanguíneo ligado a esse processo:

a) Hemácias.

b) Eritrócitos.

c) Plaquetas.

d) Leucócitos.

e) Linfócitos.

Exercício 2

A hemofilia é uma condição genética que afeta a coagulação do sangue, o que pode provocar sangramentos prolongados na pessoa com esse tipo de problema. A forma mais comum de hemofilia é o tipo A, que afeta o fator de coagulação:

a) III.

b) IV.

c) V.

d) VII.

e) VIII.