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Rosinha de Valença

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Cantora, violonista, concertista e compositora brasileira nascida em Valença, no interior do Estado do Rio de Janeiro, um dos mais importantes nomes femininos da música popular brasileira e considerada uma das matrizes instrumentais da Bossa Nova. Ainda criança começou a se interessar por violão, assistindo aos ensaios do conjunto regional de seu irmão Roberto. Incentivada por esse irmão, começou a estudar o violão sozinha ouvindo musicas de rádio e, aos 12 anos, com técnica impressionante, já tocava na rádio da cidade e animava festas e bailes da região.

 Foi morar no Rio de Janeiro (1963), abandonando os estudos para dedicar-se exclusivamente à carreira de instrumentista. Foi descoberta pelo jornalista Sergio Porto, que a apresentou a Baden Powell e Aloysio de Oliveira, na boate Au Bon Gourmet. Causou impacto quando apareceu, graças a força de seu toque e à qualidade de suas apresentações. Já com o codinome famoso, criado por Sérgio Porto, graças a sua cidade natal. Passou a tocar na boite Bottle's, onde ficou por oito meses, e gravou seu primeiro disco, Apresentando Rosinha de Valença (1963), pela Elenco, gravadora de Aloysio. Destacou-se como excelente instrumentista, apresentando-se em programas de televisão como O Fino da Bossa, ao lado de Baden Powell, mestre de seu estilo no instrumento. Sua atuação com Baden foi fundamental para o rumo instrumental que a bossa nova veio a desenvolver.

Viajou (1964) com Sergio Mendes e excursionou pelos Estados Unidos com o grupo Brasil 65, e gravou dois discos. Seguiu depois para a Europa como solista de um grupo formado pelo Itamaraty para apresentar a música popular brasileira no exterior, apresentando-se em 24 países europeus. Depois de sucessivas viagens e apresentações na URSS, Israel, Suíça, Itália, Portugal e países africanos, voltou ao Brasil (1970) e engajou-se em movimentos de valorização da música instrumental brasileira. Trabalhou então com Martinho da Vila, participando de seus quatro LPs seguintes e realizou novas tournées no exterior.

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De volta (1974), organizou uma banda que teve varias formações e contou com a participação de artistas como o pianista João Donato, o flautista Copinha e as cantoras Ivone Lara e Miúcha. Por sua atuação, ganhou um prêmio da Ordem dos Músicos do Brasil. Nos anos seguintes apresentou-se em diversos shows, ao lado de sua banda ou sozinha, e acompanhando artistas. Gravou mais de uma dezena de LPs, editados no Brasil, USA, Alemanha e França, em diversas marcas, entre as quais RCA, Odeon, Forma, Pacific Jazz e Barclay. Infelizmente uma parada cardíaca provocou-lhe lesão cerebral, a deixou em estado vegetativo (1992) e foi levada de volta para Valença. Dois anos após entrar em coma, um grupo de artistas realizou um show beneficente no Canecão para ajudar a custear as despesas médicas da violonista.

Desde então, diversos shows-tributo foram organizados por amigos e familiares para ajudar a custear o tratamento. Os primeiros oito anos do coma passou na casa da irmã mais velha, Marijó e, após o falecimento desta, ficou aos cuidados de outra irmã, Maria das Graças, em um bairro humilde de Valença. Após 12 anos em estado de coma, uma das mais destacadas instrumentistas da Bossa Nova foi internada no Hospital Escola Luiz Giosef Jannuzzi, onde veio a falecer no dia seguinte, em junho (2004), aos 62 anos, de insuficiência respiratória, em sua cidade natal, Valença, no sul do Estado. Seu corpo foi enterrado no cemitério Riachuelo, no centro de Valença.

Um dos momentos marcante de suas gravações foi Violões em Dois Estilos, gravado com W. Blanco, pela Som Livre (1980), com repertório bastante eclético, com faixas como Porto das Flores (de sua autoria), Asa branca (L. Gonzaga - H. Teixeira), Morena do mar (D. Caymmi), Ponteio (W. Blanco), Minueto e Prelúdio nº 13 (J. S. Bach).

Escritor do artigo
Escrito por: Brasil Escola Escritor oficial Brasil Escola

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ESCOLA, Brasil. "Rosinha de Valença"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/rosinha-valenca.htm. Acesso em 20 de abril de 2024.

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