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Fidel Castro

Fidel Castro foi um revolucionário cubano que liderou a guerrilha que derrubou a ditadura de Fulgêncio Batista em 1959. Foi governante de Cuba durante quase 50 anos.

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Fidel Castro ficou marcado na história como uma das personalidades mais importantes de seu país e do mundo no século XX. Formado em Direito, Castro era adepto de ideais revolucionários, e elas o fizeram lutar pela derrubada da ditadura de Fulgêncio Batista.

Em 1959, tornou-se primeiro-ministro de Cuba e assumiu a presidência em 1976, permanecendo na função até o ano de 2008, quando problemas de saúde forçaram o seu afastamento da política. Foi elogiado por desenvolver um ótimo sistema educacional e de saúde, mas criticado por implantar uma ditadura em seu país. Faleceu, em 2016, aos 90 anos.

Acesse também: Como os Estados Unidos intervieram na política brasileira na década de 1960

Tópicos deste artigo

Nascimento e educação de Fidel Castro

Fidel Castro liderou a Revolução Cubana e tornou-se primeiro-ministro de Cuba, em 1959, aos 32 anos.[1]
Fidel Castro liderou a Revolução Cubana e tornou-se primeiro-ministro de Cuba, em 1959, aos 32 anos.[1]

Fidel Alejandro Castro Ruz nasceu em Birán, Cuba, no dia 13 de agosto de 1926. Ele foi o terceiro de sete filhos que Ángel Maria Bautista Castro y Argiz teve com Lina Ruz González, a segunda esposa do espanhol, que havia se mudado para Cuba durante a Guerra Hispano-Americana, conflito travado entre Estados Unidos e Espanha em 1898.

Depois dessa guerra, o pai de Fidel Castro prosperou ao montar uma fazenda de cana-de-açúcar e foi nela que ele criou os seus filhos. A mãe de Fidel tinha sido empregada doméstica na propriedade de Ángel Castro, mas casou-se com ele depois que o primeiro casamento dele, com Maria Luisa Argota, teve fim. Os seis irmãos de Fidel chamavam-se Ángelita, Ramón, Raúl, Juanita, Emma e Augustina.

Fidel Castro viveu os primeiros de sua vida na fazenda de seu pai, em Birán, mas com seis anos iniciou sua vida estudantil. Assim ele foi enviado para Santiago de Cuba para estudar no Colégio de Dolores, e, tempos depois, mudou-se para Havana, capital do país, onde estudou no Colégio de Belén.

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Trajetória revolucionária de Fidel Castro

Em 1945, Fidel Castro matriculou-se no curso de Direito oferecido pela Universidade de Havana, onde iniciou a sua formação política. Envolvido com ideais revolucionários, Castro passou a fazer parte de um grupo conhecido como Legião do Caribe, formado por revolucionários que procuravam lutar contra regimes autoritários na América Central e Caribe.

Os membros da Legião do Caribe defendiam a substituição dos regimes autoritários por regimes democráticos, e como grande número dos membros era dominicano, um dos alvos era a República Dominicana, país que na época estava sob a ditadura de Rafael Trujillo. A tentativa de invasão da República Dominicana, que aconteceu em 1947, não teve sucesso.

No ano seguinte, Fidel Castro estava em Bogotá quando uma revolta popular iniciou-se e ele tomou parte dos acontecimentos na capital colombiana. Nesse momento, ele já possuía uma retórica anti-imperialista que discursava na defesa das nações latino-americanas contra as intervenções promovidas pelos Estados Unidos.

Em 1950, Fidel Castro terminou seu curso de Direito e então deu continuidade à política. Ele era membro do Partido Ortodoxo, um partido reformista, e, em 1952, decidiu lançar-se como candidato para uma das cadeiras no Congresso cubano. No entanto, sua intenção de candidatar-se foi por água abaixo quando as eleições daquele ano foram canceladas por conta do golpe militar realizado por Fulgêncio Batista.

Fidel Castro procurou usar o seu conhecimento jurídico para derrubar a ditadura de Batista por meios legais, mas, com o fracasso de suas iniciativas, ele se voltou para outra forma de ação.

  • Ataque ao Quartel Moncada

Fidel Castro era um opositor ferrenho da ditadura de Batista, e, em 1953, ele organizou um grupo armado que atacou o Quartel Moncada, localizado em Santiago de Cuba. O ataque aconteceu no dia 26 de julho, com Fidel Castro junto de seu irmão Raúl Castro e à frente de 160 homens. Esse ataque era praticamente uma missão suicida, uma vez que o quartel estava ocupado por soldados treinados e bem armados, mas Fidel acreditava que o elemento surpresa garantiria o sucesso.

Dezenas de seus homens foram mortos, com Fidel e seu irmão Raúl sendo presos. No seu julgamento, Fidel Castro fez sua autodefesa discursando durante quatro horas e dizendo uma frase que ficou marcada na sua trajetória: “condenem-me, não importa, a história me absolverá”|1|. Nesse julgamento, Fidel Castro foi condenado a 15 anos de prisão. Caso queira saber mais sobre a primeira tentativa dos irmãos Castro de derrubar Fulgêncio Batista do poder, leia: Assalto ao Quartel Moncada.

Revolução Cubana

Preso e condenado em 1953, Fidel Castro não ficou tanto tempo na cadeia porque, em 1955, uma anistia política foi concedida em Cuba, e ele e outros prisioneiros foram libertados em maio daquele ano. Depois de ser liberto, Fidel Castro organizou o Movimento 26 de Julho, nomeado assim em homenagem ao ataque ao Quartel Moncada.

Ele e seu irmão mudaram-se para o México e lá procuraram reconstruir o movimento revolucionário para que pudessem retornar a Cuba e derrubar Fulgêncio Batista do poder. No México, Fidel Castro conheceu e tornou-se amigo de Che Guevara, um dos grandes revolucionários da história da América Latina e líderes da Revolução Cubana.

Fidel Castro conseguiu reunir algumas dezenas de homens em apoio a sua causa e decidiu retornar a Cuba, em dezembro de 1956, a bordo do iate Granma. A travessia do México a Cuba levou mais tempo do que o previsto, fazendo com que os membros do MR-26-7 fossem vítimas de uma emboscada do exército cubano.

A maioria dos homens de Fidel Castro foi morta em confronto contra o exército, e o líder cubano e os poucos sobreviventes esconderam-se para salvar suas vidas. Eles se estabeleceram na região montanhosa de Sierra Maestra e formaram uma guerrilha que lutou durante dois anos contra a ditadura de Fulgêncio Batista.

No final de 1958, a guerrilha formada e liderada por Fidel Castro conseguiu colocar o regime de Fulgêncio Batista em situação delicada. O ditador, percebendo que a situação estava ruim e que Fidel Castro possuía apoio, tanto no campo quanto nas grandes cidades cubanas, decidiu fugir de Cuba em 1º de janeiro de 1959.

Uma semana depois, Fidel Castro, aos 32 anos de idade, entrou na capital cubana e foi recebido com festa pela população da cidade sob a promessa de garantir a estabilidade do país e implantar um regime democrático. Tempos depois, Fidel assumiu o poder e permaneceu nele por quase 50 anos.

Leia mais: Uma das maiores crises diplomáticas da história envolveu Cuba – a Crise dos Mísseis

Fidel Castro como governante de Cuba

Fidel Castro foi primeiro-ministro cubano de 1959 a 1976, e desta data até 2008 esteve na função de presidente de Cuba.[2]
Fidel Castro foi primeiro-ministro cubano de 1959 a 1976, e desta data até 2008 esteve na função de presidente de Cuba.[2]

Fidel Castro só assumiu um cargo no governo cubano em 16 de fevereiro de 1959, quando se tornou primeiro-ministro do país. Ele permaneceu nesse posto até 1976, quando se tornou presidente de Cuba, em 2 de dezembro. Fidel Castro só abandonou a presidência por problemas de saúde em 2008, passando a função para seu irmão Raúl Castro.

Ao longo desse período, Fidel Castro foi vítima de 638 tentativas de assassinato planejadas pelo serviço de inteligência norte-americana, a CIA. Como sabemos, ele sobreviveu a todas elas e só faleceu em 2016, de causas naturais. Isso aconteceu porque o exemplo cubano era péssimo para os interesses norte-americanos na América Latina.

É um consenso entre os historiadores que a Revolução Cubana foi de caráter nacionalista e que foi o desgaste das relações entre Estados Unidos e Cuba que levou a ilha caribenha a aliar-se com a União Soviética. Isso porque os Estados Unidos não estavam satisfeitos com a derrubada de seu aliado (Fulgência Batista) e muito menos com as primeiras medidas tomadas por Fidel no poder, como a lei de reforma agrária, que prejudicava os interesses econômicos de empresas norte-americanas instaladas em Cuba.

A resposta norte-americana contra as medidas tomadas em Cuba foi determinar o rompimento das relações diplomáticas entre os dois países em janeiro de 1961, e, em abril do mesmo ano, a CIA apoiou um grupo de cubanos opositores de Fidel Castro em uma invasão ao país. Essa foi a Invasão da Baía dos Porcos, uma ação contrarrevolucionária que fracassou.

Cuba também foi alvo de um embargo econômico dos Estados Unidos que está em vigor até hoje. O objetivo desse embargo era o de sufocar a economia cubana para forçar a derrubada do governo de Fidel Castro. A aproximação de Cuba com a União Soviética foi uma forma de garantir o sustento da sua economia, e os soviéticos forneceram esse apoio até 1991, quando o país deixou de existir.

Enquanto governante de Cuba, Fidel Castro conseguiu desenvolver um sistema educacional e de saúde de alta qualidade e reconhecido no mundo todo. No entanto, seu regime recebeu críticas pelo autoritarismo e falta de liberdade de expressão da população cubana. As críticas e os elogias à Cuba mantêm-se até hoje.

Leia também: Augusto Pinochet - a vida de um dos ditadores mais conhecidos da América Latina

Vida pessoal e morte de Fidel Castro

Ao longo de sua vida, Fidel Castro teve dois casamentos, e estima-se que ele tenha tido 11 filhos, nascidos de seus casamentos, mas também de relacionamentos extraconjugais. A primeira esposa de Fidel Castro foi Mirta Diaz-Balart, com quem ele esteve casado entre 1948 e 1955. A motivação para o fim desse relacionamento foi um caso extraconjugal que ele teve. Desse casamento, Fidel teve um filho, Fidel Ángel Castro Diaz-Balart.

O segundo casamento foi com Dalia Soto del Valle, com quem se casou em 1980. Com ela ele teve cinco filhos, chamados Alexis, Alexander, Antonio, Alejandro e Ángel. O restante de seus descendentes nasceram de relacionamentos extraconjugais que ele manteve ao longo de sua vida.

A partir de 2006, os problemas de saúde de Fidel Castro começaram a impedi-lo de continuar no governo de Cuba. Ele se afastou da presidência cubana em 2008, e, a partir de então, suas aparições públicas tornaram-se cada vez mais raras. Em 25 de novembro de 2016, foi anunciado seu falecimento aos 90 anos de idade. Para aprofundar-se nas circunstâncias da morte do líder cubano, leia: Morte de Fidel Castro.

Nota

|1|RODAS, Sérgio. Advogado especialista em autodefesa, cubano Fidel Castro morre aos 90 anos. Para acessar, clique aqui.

Créditos das imagens

[1] emkaplin e Shutterstock

[2] Rob Crandall e Shutterstock

 

Por Daniel Neves
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Fidel Castro"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/fidel-castro-ruiz.htm. Acesso em 26 de abril de 2024.

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