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Benjamin Franklin

Benjamin Franklin, conhecido como um dos pais fundadores dos Estados Unidos, exerceu diversas funções na sua carreira, sendo muito conhecido por um experimento científico.

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Benjamin Franklin foi um dos grandes personagens da história dos Estados Unidos, conhecido por diversas funções ao longo de sua vida, como as de editor, jornalista, cientista e diplomata. A dedicação de Franklin à ciência e ao conhecimento fez dele um dos maiores representantes do iluminismo nos Estados Unidos.

Ele ficou muito conhecido por seu papel na luta contra os abusos da administração colonial, posicionando-se contra a Lei do Selo e a favor dos revolucionários durante a Revolução Americana. Também ganhou notoriedade com a realização de experimentos importantes com a eletricidade.

Acesse também: Isaac Newton: um dos maiores cientistas da história da humanidade

Tópicos deste artigo

Primeiros anos

Benjamin Franklin fez parte da história norte-americana conduzindo estudos na área da eletricidade e tendo papel na independência dos EUA. [1]
Benjamin Franklin fez parte da história norte-americana conduzindo estudos na área da eletricidade e tendo papel na independência dos EUA. [1]

Benjamin Franklin nasceu em Boston, no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, no dia 17 de janeiro de 1706. Ele era filho do inglês Josiah Franklin, um fabricante e vendedor de velas que havia emigrado para os Estados Unidos em 1682. Sua mãe chamava-se Abiah Folger, a segunda esposa de Josiah.

Josiah Franklin teve, ao todo, 17 filhos em dois casamentos, sendo Franklin o seu 15º filho. O casamento de Josiah e Abiah resultou em 10 filhos, e nele Benjamin foi o oitavo. Josiah fornecia uma vida simples a sua família, mas tinha dinheiro suficiente para pagar por dois anos de estudo para seus descedentes. Esse foi o tempo de educação de Franklin, e seus estudos foram financiados pela venda das velas na loja de seu pai.

Com 12 anos, Benjamin Franklin foi trabalhar como aprendiz de tipógrafo, com seu irmão, James Franklin, em um jornal de Boston, o New England Courant. Com o tempo, ele começou a escrever pequenos artigos para o jornal, chegando até a assumir a editoria durante um período em que seu irmão esteve preso.

Com 17 anos, Benjamin mudou-se para a Filadélfia, cidade localizada no estado da Pensilvânia. Lá ele conseguiu um emprego como tipógrafo na empresa de Samuel Keimer. Também conheceu o governador do estado, sir William Keith, que o convenceu a ir a Londres a fim de comprar uma impressora para inaugurar um novo jornal no estado.

Sir William Keith havia prometido financiar as despesas da viagem e da compra, e, então, Franklin partiu para a capital inglesa em novembro de 1724. Em Londres, Benjamin descobriu que as promessas do governador eram vazias, fazendo com que ele precisasse trabalhar na capital inglesa para sobreviver. Ele retornou aos Estados Unidos em julho de 1726.

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Carreira profissional

A partir de 1728, Benjamin Franklin abriu uma imprensa em parceria com Hugh Meredith, e, no ano seguinte, os dois compraram o jornal e a imprensa de Samuel Keimer, o antigo empregador de Franklin. O jornal de Keimer chamava-se The Universal Instructor in All Arts and Sciences and Pennsylvania Gazette, e Franklin e Meredith renomearam-no como Pennsylvania Gazette.

Nesse jornal, Franklin publicava uma série de notícias obtidas de publicações inglesas, além de escrever artigos com sátiras, opiniões políticas, piadas etc. Franklin, geralmente, escrevia seus artigos por meio de pseudônimos, e, com o tempo, o Pennsylvania Gazette tornou-se em um dos principais jornais de toda a colônia.

Em 1731, Franklin abriu uma biblioteca na Filadélfia, na qual as pessoas pagavam para pegar os livros emprestados. Essa biblioteca ficou conhecida como Library Company of Philadelphia, que ainda existe, sendo uma das maiores dos Estados Unidos, contando com um acervo de cerca de meio milhão de livros.

A biblioteca foi apenas uma das instituições criadas por Franklin, ele ficou conhecido por ter um papel direto na fundação do primeiro departamento de bombeiros da Filadélfia, da Universidade da Pensilvânia, e de outras instituições voltadas para ciência, política e mercado.

A partir de 1732, ele publicou um almanaque conhecido como Poor Richard’s Almanack, uma publicação anual que continha uma série de postagens, como notícias sobre o clima, poemas, ensaios, previsões de astrologia, e também uma série de provérbios que ficaram muito conhecidos na cultura popular norte-americana.

Esse almanaque foi publicado até 1758 e melhorou significativamente a condição financeira de Franklin. O sucesso da publicação era tamanho que a quantidade de vendas por ano era de aproximadamente dez mil cópias, um número significativo para os Estados Unidos do século XVIII. Outra publicação da autoria de Franklin foi o The General Magazine and Historical Chronicle for all the British Plantations in America, uma revista mensal.

Franklin como cientista

Na década de 1740, Benjamin Franklin tornou-se um cientista. Em 1743, ele fundou a American Philosophical Society, uma instituição voltada para o debate científico com o intuito de promover a difusão das ideias e teorias desenvolvidas por intelectuais. Em 1746, ele assistiu a um experimento com eletricidade, em Boston, e tornou-se aficionado no assunto.

O interesse de Franklin pela ciência fez com que ele vendesse todos os seus negócios, e, em posse de uma riqueza considerável, passou a dedicar mais tempo de sua vida ao estudo científico, sobretudo na área da eletricidade. Os estudos realizados por Franklin nessa área levaram-no a concluir que a energia elétrica possui uma carga negativa e positiva e também que os raios eram um fenômeno elétrico.

Acredita-se que quanto a essa última conclusão, Franklin obteve-a por meio de um experimento que ficou mundialmente conhecido. Em 15 de junho de 1752, ele conduziu um experimento com uma pipa durante uma tempestade. Nisso, Franklin empinou a pipa com um fio de metal e conectou esse fio a uma chave e a um acumulador de carga elétrica. No fim, esse experimento levou-o a concluir que os raios são um fenômeno elétrico de grande intensidade.

Com base nisso, Franklin desenvolveu o para-raios. Ele conseguiu demonstrar que duas barras de ferro ligadas ao solo, e posicionadas do lado de alguma propriedade, seriam condutoras de energia elétrica, caso fossem atingidas por algum raio. O experimento de Franklin e a comprovação de suas teorias garantiram-lhe prestígio internacional.

Por isso, em 1753, ele foi eleito membro da The Royal Society, uma instituição inglesa voltada para o desenvolvimento científico. Essa mesma instituição premiou-o com a Medalha Copley, dedicada àqueles que realizam contribuições significativas para a ciência. Outras de suas contribuições foi a invenção das lentes bifocais e de um aquecedor muito comum nos Estados Unidos (chamado de Franklin Stove).

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Franklin como político

Em 1754, no Congresso de Albany, Franklin propôs a união de todas as colônias inglesas na América do Norte como forma de proteção dos franceses. [1]
Em 1754, no Congresso de Albany, Franklin propôs a união de todas as colônias inglesas na América do Norte como forma de proteção dos franceses. [1]

Na década de 1750, enquanto realizava seus estudos científicos, Franklin ingressou na carreira política, tornando-se membro eleito da Assembleia da Pensilvânia. Seu primeiro evento de grande destaque nesse cenário foi liderar uma delegação enviada para o Congresso de Albany. Esse congresso reuniu representantes das colônias inglesas para que pudessem discutir meios de melhorar as relações com os indígenas e de defenderem-se dos franceses, por conta da Guerra Franco-Índia.

Essa conferência foi organizada em junho, e, nela, Benjamin Franklin propôs a união de todas as colônias inglesas, sob o governo de um presidente nomeado pelo rei inglês, como forma de agregar forças contra os franceses. A ideia de Franklin não foi bem-vista pelo governo da Inglaterra, que a entendia como um precedente perigoso para a independência. Representantes de outras colônias também a rejeitaram, temendo que ela pudesse transformar-se em menos autonomia.

Em 1757, Benjamin Franklin foi enviado para Londres como representante de uma missão da Assembleia da Pensilvânia, visando resolver desentendimentos dos membros da Assembleia com a família Penn, herdeira do fundador da Pensilvânia. Ele retornou aos Estados Unidos em 1764, mas, no mesmo ano, foi novamente enviado para Londres.

A segunda estadia de Franklin em Londres estendeu-se por nove anos, e, nesse período, ele presenciou o afastamento entre colônia e metrópole a partir da década de 1760. Em 1765, ele foi contra a Lei do Selo, que determinava que, nas Treze Colônias, os documentos em papel, como contratos, jornais, documentos públicos etc., deveriam conter um selo que seria pago às autoridades inglesas. Essa lei teve tanta rejeição nas colônias na América do Norte que, em março de 1766, ela foi revogada.

À medida que as relações dos colonos com a Inglaterra piorava, Franklin atuou como porta-voz deles, alegando que já pagavam muitos impostos para a metrópole e que não era justo que mais cobranças fossem criadas. Como seus esforços para conciliar a situação não estavam sendo suficientes, decidiu retornar para a Pensilvânia em 1775.

Revolução Americana

Na década de 1770, a relação entre colonos e a Inglaterra estava bem ruim, principalmente por conta dos altos impostos que o Parlamento inglês impunha sobre as Treze Colônias. Logo após chegar aos Estados Unidos, a Assembleia da Filadélfia elegeu Franklin para ser o representante da colônia no Segundo Congresso Continental da Filadélfia.

Nesse congresso ficou decidido pela independência dos Estados Unidos, e Franklin fez parte de um comitê formado por cinco pessoas que teve participação na elaboração da Declaração de Independência dos Estados Unidos. A Declaração de Independência norte-americana foi redigida por Thomas Jefferson, mas Benjamin Franklin foi um dos que propuseram modificações antes da versão final do documento.

O papel de Franklin nesse documento fez com que ele ficasse reconhecido como um dos pais fundadores dos Estados Unidos. Para saber mais sobre esse importante movimento da história estadunidense, leia: Revolução Americana.

Últimos anos

Após a Declaração de Independência ser divulgada em 4 de julho de 1776, Benjamin Franklin foi enviado como emissário dos Estados Unidos para a França, e estabeleceu-se lá como diplomata do país. Na Europa, Franklin garantiu dos franceses um acordo de cooperação militar no curso da guerra de independência contra a Inglaterra, e foi um dos que participou das negociações de paz com os ingleses. O resultado dessas negociações foi a assinatura do Tratado de Paris, em 1783.

Em 1785, ele retornou aos Estados Unidos, e nesse ano foi eleito governador da Pensilvânia, ocupando esse cargo de 1785 a 1788. Por fim, em 17 de abril de 1790, aos 84 anos de idade, Benjamin Franklin faleceu, na Filadélfia, em decorrência de problemas no pulmão.

Acesse também: História dos partidos Republicado e Democrata, os maiores dos EUA

Vida familiar

Benjamin Franklin teve uma esposa durante toda a sua vida: Deborah Read. O casamento de Franklin com Read nunca foi formalizado no âmbito legal ou religioso, então se entende que essa relação foi algo próximo do que conhecemos como união estável.

Desse casamento, Benjamin Franklin teve dois filhos:

  • Francis Folger Franklin (1732-1734): morreu, ainda criança, de varíola;

  • Sarah Franklin Bache (1743-1808).

Além disso, Franklin teve outro filho, William Franklin. Esse filho nasceu antes de Benjamin Franklin casar-se com Deborah Read. A identidade de sua mãe biológica é desconhecida. William e Benjamin afastaram-se durante a Revolução Americana, uma vez que o filho era leal aos ingleses, e o pai, aos colonos.

O desentendimento entre os dois fez com que William fosse quase desprovido de sua herança quando Benjamin faleceu. No testamento do pai, foi deixado para o filho unicamente uma porção de terras que ele possuía na Nova Scotia (atual Canadá).

Crédito das imagens

[1] Commons

 

Por Daniel Neves
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Benjamin Franklin"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/benjamin-frannklin.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

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