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Alexandre Magno

Alexandre Magno ganhou o epíteto de O Grande por suas conquistas expansionistas, que fizeram o Império Macedônico e a cultura helenística chegarem até a Ásia.

Antigo mosaico romano de Alexandre, o Grande, na batalha contra Dario.
Antigo mosaico romano de Alexandre, o Grande, na batalha contra Dario.
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Alexandre Magno, Alexandre III, Alexandre da Macedônia e, finalmente: Alexandre, o Grande, foi o imperador da Macedônia entre os anos de 336 a.C. a 323 a.C. Durante pouco tempo de reinado, conquistou terras em lugares inimagináveis até então, chegando até a Ásia e levando a cultura grega (helenística) para todos esses lugares, onde construiu o Império Macedônico. Ocupava belicamente, mas respeitava a cultura local.

Sua biografia fascina por ter sido, além de um bom guerreiro, também uma pessoa sensível, democrática e interessada em Filosofia (foi aluno do famoso Aristóteles). Morreu jovem, aos 33 anos, e sem deixar herdeiro. Seu grande império entrou em crise e sua morte ainda é uma incógnita.

Leia também: A educação no período Helenístico: a Paideia na época de Alexandre, o Grande

Tópicos deste artigo

Infância e juventude de Alexandre Magno

Alexandre Magno nasceu em Pela, Macedônia, no mês de julho (provavelmente no dia 20 ou 21) de 356 a.C. Três anos antes, seu pai, Felipe II, havia assumido o trono macedônico. Era filho de Olímpia, enteado de Cleópatra e irmão de Cleópatra (entre outras irmãs e irmãos).  

Para os fiéis ao caráter mítico, quase divino, de Alexandre, desde pequeno ele já demonstrava grandes aptidões, não só físicas, participando dos Jogos Olímpicos, mas intelectuais, sendo sensível e bastante interessado em filosofia. Percebendo isso, seu pai, que também queria que todos acreditassem ser seu filho o descendente direto de Zeus, chamou ninguém menos que Aristóteles para ser seu professor.

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Felipe II ascendeu alguns anos depois da Guerra do Peloponeso e iniciou o processo de expansão macedônica. Uma de suas primeiras ações foi a reformulação do exército, já visando aos gregos e persas. Digamos, então, que Alexandre, além de herdar o trono bem cedo, aos 20 anos, continuou o trabalho de seu pai, só que, talvez, com mais ambição.

A Grécia e a Macedônia, aliás, eram regiões separadas apenas por uma cadeia de montanhas. Sabe onde seria a terra de Alexandre hoje? No Iraque.

Mapa do Império de Alexandre, o Grande.[1]
Mapa do Império de Alexandre, o Grande.[1]

Reinado de Alexandre Magno

Após o assassinato do pai, um burburinho tomou conta: não se sabia se tinha sido um crime passional ou por motivos políticos. O segundo palpite parece fazer mais sentido, já que Felipe II era um bom estrategista e havia, pouco tempo antes, até renegado Alexandre e a mãe numa tática para assegurar a si mesmo um segundo casamento que aumentaria seus privilégios entre famílias tradicionais.

Justamente quando Felipe II concretizava suas alianças com os gregos, realizando jogos, sacrifícios aos deuses e banquetes para recebê-los, ele foi assassinado. Foi nesse clima que Alexandre assumiu o trono, com o pai assassinado, instabilidade entre as famílias poderosas e outros querendo ocupar seu lugar. Um dos focos de resistência era em Tebas. Lá aconteceu a primeira de suas muitas batalhas.

Contornada a insurreição e mediante laços já firmados com os gregos por seu pai, começou sua expansão bélica, afirmando-se perante outros povos, como os tribalos e os peônios, rumo à Ásia, ou seja, contra os persas.

Seu breve reinado (ele morreu com 32 anos, logo, governou 12, dos 20 até a morte) foi marcado pelas guerras e pela consolidação do helenismo ou da cultura helenística, ou seja, da cultura grega e sua filosofia, arte, poesia, teatro.

Outra questão sempre destacada nas narrativas de seu reinado: ele invadia, guerreava, mas respeitava a cultura local (ou, pelo menos, a dos persas foi respeitada), conforme seu próprio decreto, de 331 a.C.:

Cada um deve observar as religiões e os costumes, as leis e as convenções, os dias festivos e as comemorações que observavam nos dias de Dario. Cada um deve permanecer persa em seu modo de vida, e viver em sua cidade (...). Porque eu desejo tornar a terra bastante próspera e usar as estradas persas como pacíficos e tranquilos canais de comércio.|1|

A princípio, pode-se pensar que esse ato foi muito democrático, mas também é possível considerá-lo uma forma de conseguir operar transações econômicas ou relações políticas de modo mais seguro.

Leia também: Ciro e a consolidação do Império Persa

Feitos e conquistas de Alexandre Magno

lexandre passou pouco mais de uma década como governante. No entanto, colecionou e saiu vencedor de muitas batalhas. Por que tudo isso? O que explica todo esse poder?

Além de nos lembrarmos, mais uma vez, do que fora construído antes dele (por seu pai, que sonhou e idealizou essa unificação do mundo grego) e das famílias poderosas que o cercavam, das narrativas construídas em torno de si como muito inteligente, sensitivo e atlético ou fazendo-o ser enxergado como filho de deuses, Alexandre Magno era bom mesmo, inegavelmente, na área militar.

Sua tática de guerra era a formação de falanges (corpo de tropas), que ficaram conhecidas como tipicamente macedônicas e consistiam em, basicamente, manter o inimigo imobilizado, já que cada combatente carregava uma lança muito grande, com duas pontas; as primeiras filas as projetavam para frente; as de trás as projetavam um pouco para cima, como defesa, conforme figura abaixo:

Representação de uma falange macedônica.
Representação de uma falange macedônica.

 

Esses soldados não iam às guerras de graça! Os líderes de cada fileira da falange recebiam altos salários e eram os mais experientes dos exércitos, graças à reorganização operada por Filipe II, que os profissionalizou. Assim, além de taticamente orientados e bem pagos, também eram muitos (50 mil, por exemplo, em sua primeira batalha, a de Grânico).

Outro diferencial era que, a depender do terreno e das mudanças geográficas do local onde estavam, as falanges mudavam sua formação, operando táticas ligeiramente distintas a cada combate (que era minuciosamente estudado).

Saber o nome de cada uma dessas batalhas e as datas em que ocorreram não é tão importante. Basta saber que, em seu reinado, Alexandre conseguiu alastrar-se: pela Pérsia e Ásia Menor (onde hoje estão Síria, Líbano e Palestina), rumo ao Egito, onde fundou sua cidade, Alexandria, que lhe garantia o controle do mar Mediterrâneo.

Depois, em sua épica rivalidade com Dario III, rei persa, derrotou-o mais uma vez e conquistou as cidades Susa e Persépolis, que lhe rendem um bom dinheiro. Perseguiu Dario III, mas ele foi assassinado por outro, consolidando a ocupação persa e liberando seu exército para sua última expansão: a Índia. Planejava ainda conquistar a península Arábica, mas faleceu antes disso.

Foram fundadas também cidades homenageando seus cachorro e cavalo, Bucéfalo, que o acompanhou durante a vida toda, em todas essas batalhas. Conta-se que era um animal muito bravo e somente o rei conseguiu domá-lo. Assim, só ele também o montava. Perambularam e guerrearam juntos por 20 anos.

No âmbito das relações conjugais, Alexandre casou-se apenas duas vezes (pouco para a época e sua posição), com Roxane (filha de um nobre) e Estatira II (filha de Dário III). Teve apenas um filho, com a primeira mulher, que foi assassinado junto à mãe e à avó paterna antes de se tornar adulto. Essa chacina foi executada por Cassandro, um de seus generais de confiança, na série de disputas que ocorreram internamente no exército após sua morte.

Morte de Alexandre Magno

A morte de Alexandre é mais um daqueles capítulos da história que geram debate: o que se sabe é que ele foi acometido por uma febre muito forte e veio a falecer. Cogita-se febre tifoide ou malária.

Durante algum tempo e por alguns historiadores, conjeturou-se que ele poderia ter sido envenenado. Hoje, essa hipótese não é bem aceita. Apesar de ser possível pensar que muitos deveriam ter motivos para isso.           

Quando morreu, sua esposa ainda estava grávida, logo, não teria ninguém na linha sucessória para assumir o trono e todo esse domínio por ele formado. Obviamente, essa situação gerou grave crise política.

Os homens do alto escalão do exército, que estiveram com ele em tantas batalhas e eram também responsáveis por tamanhas conquistas, começaram a disputar entre si. Pouco tempo depois, essas contendas geraram cisões e posterior fragmentação. Chegava ao fim o período conhecido como Império Macedônico, sob a égide de Alexandre Magno, Alexandre III ou Alexandre, O Grande. Para saber mais sobre as especulações em torno da morte desse personagem, leia: Morte de Alexandre, o Grande.

Notas

|1| Disponível aqui.

Créditos da imagem

[1] Wikimedia Commons (reprodução)

 

Por Mariana de Oliveira Lopes Barbosa
Professora de História

Escritor do artigo
Escrito por: Mariana de Oliveira Lopes Barbosa Doutora em História Social pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Graduada e Mestra em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG)

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

BARBOSA, Mariana de Oliveira Lopes. "Alexandre Magno"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/alexandre-magno.htm. Acesso em 25 de abril de 2024.

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